terça-feira, 5 de maio de 2015

A ECONOMIA ETERNA DE DEUS

          Entre os livros históricos do Antigo Testamento, está o livro de Rute. Para compreendermos a razão da presença desses livros históricos no Antigo Testamento, precisamos ver claramente que a  grande revelação da Bíblia é a economia eterna de Deus. Deus tem um plano, estabelecido desde a eternidade passada, que é ter um povo que O expresse nesta terra e exerça autoridade em Seu nome. Para isso Ele escolheu pessoas (Ef 1:4), regenerou-as por meio de Seu Espírito (Jo 3:5-7; Tt 3:5-7) e está constantemente dispensando-se dentro delas para que, cheias de Sua vida, possam manifestá-Lo. Essas pessoas constituem o homem coletivo, que é a igreja. Desde o início até o fim da Bíblia, Deus fala de Sua economia, quer por meio de figuras quer por meio de revelação.
          Podemos ver isso no relato da criação em Gênesis 1 - 2. Nesse trecho da Bíblia está, aparentemente, apenas o registro da criação de todo o universo - incluindo o homem; no entanto, ali está oculta a economia de Deus. No primeiro dia, temos a luz, que se refere ao dispensar do Pai, que é luz (1 Jo 1:5). No segundo dia, Deus fez o firmamento e por meio deste fez separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento (Gn 1:6-8). O firmamento é a atmosfera, o ar, que na Bíblia representa o Espírito Santo (Jo 3:8; 20:22), e Este é que nos capacita a deixar as coisas terrenas e buscar as celestiais (Cl 3:1-3). No terceiro dia, a porção seca emergiu das águas, e como resultado, a vida surgiu (Gn 1:9-12). Essa porção seca representa Cristo, que ressuscitou vencendo a morte (At 13:33, 34), e ao ressuscitar deu-nos vida (Ef 2:1).
          No quarto dia da criação vemos a lua, a qual representa a igreja; a lua não tem luz própria mas reflete a luz do sol, assim como a igreja não tem luz própria, mas reflete a luz de Cristo - o Sol da justiça (Ml 4:2; Jo 1:4; 8:12). Deus tem a Sua expressão na Terra por meio da igreja, contudo, para que essa expressão seja plena, a igreja precisa multiplicar-se, expandir-se, e isso é representado pelos animais criados no quinto dia, aos quais foi ordenado que se multiplicassem (Gn 1:20-23).
          Até ao quinto dia, no entanto, Deus não tinha ainda uma expressão adequada Dele mesmo, alguém que pudesse identificar-se com Ele. Então, no sexto dia, Ele criou o homem à Sua imagem, conforme a Sua semelhança, e ordenou a ele que enchesse a terra e a sujeitasse (v. 28). É por meio do homem criado, regenerado e cheio da Sua vida, que Deus poderá cumprir Sua economia. Então, o homem e Deus poderão entrar no descanso do milênio, representado pelo descanso do sétimo dia, e depois no descanso eterno, na Nova Jerusalém.
          Assim, tendo em mente que Deus deseja cumprir Sua economia, ser-nos-á fácil compreender a importância do livro de Rute na sequência histórica do Seu plano e, dessa forma, desfrutar todas as riquezas nele contidas.

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