terça-feira, 27 de setembro de 2016

PAÍS DE ADORADOR

terça-feira, 17 de maio de 2016

ALIMENTO DIÁRIO

Semana 8 - segunda-feira SÉRIE: A Ideia Central das Epístolas de Paulo MENSAGEM: 08: A importância do crescimento espiritual – (Cl 1:3-6) LEITURA BÍBLICA: Ef 4:11-12 LER COM ORAÇÃO: Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:13-14). O PROGRESSO DOS SANTOS NA FÉ Em nossa alegoria dos livros do coração da Bíblia, Gálatas é a fuselagem do avião e as duas asas são Efésios e Colossenses. O destino desse avião é representado por Filipenses, pois nesse livro Paulo fala de esquecer as coisas que para trás ficam e avançar para o alvo da soberana vocação de Deus, ou do chamamento do alto. Desse modo compreendemos que devemos avançar sempre a fim de crescer e amadurecer. Para isso temos os mordomos que cuidam de nós e nos suprem e alimentam. Além disso, há os pastores e mestres que nos apascentam e instruem. Todos que fomos salvos e vivemos a vida da igreja temos tido a experiência de estar sob o cuidado dos presbíteros e diáconos, que são nossos mordomos, pastores e mestres. Louvamos o Senhor por essas pessoas fiéis que cuidam de nós até crescermos. Os presbíteros e diáconos devem ver, em cada lugar, o que fazer para dar suprimento aos irmãos segundo sua necessidade. Esse é o viver da igreja, representado pela fuselagem do avião, que faz nossa vida crescer. Nesse ambiente temos irmãos de várias “faixas etárias espirituais”, como numa família. Há os recém-nascidos, isto é, os que creram no Senhor há pouco, e ainda estão gatinhando na fé. Esses requerem cuidado muito especial. Como bebês, precisam do leite da Palavra, precisam que irmãos mais velhos cuidem deles, os alimentem e os conduzam a clamar “Aba, Pai”, reconhecendo que nasceram de Deus e obtiveram a filiação. À medida que crescem, percebem que têm a vida divina, pela qual podem viver, e entram na “idade escolar”, quando os mestres podem instruí-los e ensiná-los na verdade das Escrituras a fim de que tenham base sólida na Palavra. Passado esse estágio, temos os “jovens”, ou seja, aqueles que já saíram do “ensino fundamental” e entraram no “ensino médio” do viver espiritual. Esses já têm certa maturidade e não apenas percebem que são filhos regenerados de Deus que clamam “Aba, Pai” e possuem certo conhecimento da Palavra, mas também se dão conta que têm uma natureza caída, o velho homem, o eu, a vida da alma, que precisa ser tratada e eliminada pelo trabalhar do Espírito Santo em seu espírito. Ao mesmo tempo, nessa fase, já não apenas são servidos, mas também começam a servir e desempenhar sua função no Corpo, sob a supervisão dos mais experientes. Os jovens são sempre cheios de energia e disposição, e podem ser muito úteis, se obtiverem orientação e espaço para agir. Muitos cristãos, chegando a esse ponto, já se dão por satisfeitos, mas ainda têm muito que crescer. O objetivo de Deus é levá-los a desenvolver mais a filiação, até chegar à realidade da filiação, e não apenas ao título de filho. No terceiro estágio, os filhos de Deus não apenas se dão conta que têm a filiação, mas também se interessam pelos “negócios” do Pai celestial e se entregam para cumprir a vontade divina. Não podemos estacionar. Devemos passar do estágio infantil descrito em Gálatas e avançar para Colossenses que desvenda o mistério de Deus que é Cristo. Desse modo, podemos ver que Cristo é tudo em todos e permitir que Ele tenha a primazia em nós. Também devemos avançar para Efésios, onde Paulo menciona os apóstolos, profetas, evangelistas e pastores e mestres que nos aperfeiçoam para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo (4:11-12). PONTO-CHAVE: Avançar! PERGUNTA: Como podemos descrever nossa vida cristã?

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O QUE EDIFICA O CORPO DE CRISTO

O QUE EDIFICA O CORPO DE CRISTO

     No Corpo de Cristo cada cristão precisa ser um edificador e cooperar com o crescimento dos demais. Nesta matéria veremos como o apóstolo Paulo nos deixa o exemplo do que fazer. Quando escreveu à igreja em Colossos, ele tomou duas atitudes dignas de nota.
     Paulo deu graças a Deus pelos irmãos (Colossenses 1:3-5). Acaso eram eles perfeitos? Claro que não. Tinham falhas, rugas e manchas espirituais, mas Paulo, ao se dirigir a eles, fez questão de dar  graças a Deus por cada um. Essa deveria ser nossa linguagem e saudação padrão na convivência com os irmãos na fé. Temos irmãos abatidos e acusados pelo inimigo de Deus pelos erros que cometem. Não podemos ter essa mesma postura. Um comportamento crítico, acusatório, derruba qualquer pessoa. Deixemos essa conduta para o inimigo; é ele que nos acusa de dia e de noite (Apocalipse 12:10).
     Como nossos relacionamentos seriam edificantes se, em vez de falar das falhas, falássemos das virtudes! Todo irmão tem algo digno de apreço, um aspecto em que o Espírito Santo já o transformou e outros em que está em processo de transformação. Certa vez, um irmão disse a outro: "Gosto de ver você servindo o Senhor; saiba que Deus não é injusto, Ele está anotado tudo". Outro irmão disse: "Amado, quando participa das reuniões da igreja, você anima muitos irmãos a prosseguir". Gaste um tempo para listar os aspectos positivos que o Senhor já alcançou na vida de seus conservos e dê graças a Deus pelos que  estão na mesma caminhada com você.
     A segunda atitude de Paulo foi orar. No Corpo de Cristo não só pode existir crítica, como também esta deve ser substituída pela oração. Se um irmão não chegou à estatura espiritual adequada ou sua maturidade espiritual não corresponde a seus anos de vida cristã, não adianta criticar, falar de suas "vestes sujas". É exatamente aí que devemos orar. Veja o que Paulo fez pelos colossenses: "Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus" (Colossenses 1:9-10).
     A atitude que edifica o Corpo de Cristo é dar graças a Deus pela vida dos irmãos e orar para que atinjam o crescimento espiritual que Deus espera de cada um: "Senhor Jesus, damos-Te graças por nossos leitores, por tudo o que já alcançaste em suas vidas. Certamente hoje estão mais maduros que ontem. Também Pai, oramos para que eles tenham experiências profundas e mais ricas de Ti. Amém!".

domingo, 15 de maio de 2016

LIVRO - UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS

LIVRO – UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS
CAPÍTULO UM

LUTAR PARA CONQUISTAR A BENÇÃO NO CASAMENTO
     O casamento é uma grande conquista na vida do ser humano. Essa conquista começa com a escolha da pessoa com quem iremos nos casar, inclui o lugar onde iremos morar e prossegue com a administração dos recursos que temos para viver a nova vida a dois. Com a vinda dos filhos, outras conquistas serão necessárias, pois a responsabilidade aumentará, as restrições crescerão, e um “novo terreno” jamais explorado pelo casal deverá ser percorrido, de preferência até que a morte os separe.
     Como toda conquista, cada etapa do casamento oferece novos desafios, obstáculos, lutas e incertezas. Mas, se o alvo é claro e definido, nosso espírito é correto e nossa atitude é humilde e dependente de Deus, certamente ultrapassaremos os obstáculos, conquistaremos vitórias, aprenderemos lições preciosas um com o outro e com as circunstâncias, e cumpriremos a  vontade de Deus em nossa união conjugal.
     Um dos grandes obstáculos para vencer cada etapa dessa conquista é a maneira como encaramos cada situação que se apresenta na jornada a dois. Alguns, diante da menor dificuldade, se desesperam e desistem. Outros buscam razão para desistir, como se desde o início não quisessem casar-se. Mas há aqueles que, apesar das dificuldades de relacionamento, amam o cônjuge, são perseverantes e possuem coração aberto para aprender com o novo. Por serem confiantes no Senhor, creem que Ele proverá graça ou livramento para cada situação em que se fizerem necessários.
     Usemos a história do povo de Israel como ilustração para a maneira de encarar as situações que aparecem em nossa vida. Os israelitas tiveram o desafio de entrar e conquistar a terra de Canaã que lhes fora prometida por Deis no Antigo Testamento. Antes, porém, Moisés, servo de Deus, enviou um representante de cada tribo (Nm 13:2), para espiar a terra que Deus lhes havia prometido. Todos eles entraram na boa terra de Canaã e, depois de a terem visto e explorado, reconheceram que a terra era muito boa, pois manava leite e mel. Mas, com exceção de Calebe e Josué, dez espias infamaram a terra que haviam espiado, dizendo que ela devorava seus moradores, que o povo que lá habitava era mais forte do que eles e que havia gigantes. Ao ouvir um relatório tão negativo, o povo levantou-se, gritou em voz alta, chorou toda a noite e murmurou contra Moisés e Arão.
     Muitos agem como esses espias; enfatizam só o que é negativo em seu casamento, desesperam-se diante das dificuldades e reclamam de tudo, inclusive de Deus, como se o casamento fosse um castigo e não uma benção. Baseados em seus próprios sentimentos e conveniências e por não crer na promessa de Deus, desistem de lutar e só pensam em voltar atrás.
     A atitude de Josué e Calebe, porém, foi diferente: eles creram no que Deus havia prometido e, por esse motivo entraram, conquistaram e desfrutaram a benção prometida por Deus (v. 30).
     A conquista da benção no casamento é assim. Encontraremos dificuldades em suas diversas etapas, mas o que determinará se iremos superá-las ou não, se iremos vencer ou não, se iremos cumprir a vontade de Deus ou não, será a atitude de cada um diante dos obstáculos e desafios. Aprendamos com o exemplo dos que creem na promessa de Deus e no poder de Sua presença com eles. Eles não duvidaram, tampouco recuaram, mas perseveraram em seguir o Senhor e conquistaram o que Deus lhes havia prometido (14:24; 32:12). Deus garantiu Sua benção ao casamento, mas cabe a nós conquistá-la crendo em Sua promessa e confiando em Sua presença.

CAPÍTULO DOIS

UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS
     No evangelho de Mateus vemos a maravilhosa coordenação de um casal que foi muito importante, não só para o nascimento do Senhor Jesus, mas também em Seu crescimento e juventude, até Ele se tornar adulto e iniciar Seu ministério. Esse casal é José e Maria. O registro de sua história e de seu envolvimento com o nascimento e crescimento de Jesus apresentam princípios preciosos de como um casal pode tornar-se muito útil nas mãos do Senhor.
     Maria foi a quinta mulher mencionada na genealogia de Jesus no livro de Mateus. Normalmente mulheres não eram registradas nem contadas nas genealogias no Antigo Testamento, mas na genealogia de Jesus, além de ser incluída, Maria é a única virgem pura dentre as cinco mencionada (Mt 1:23). Além disso, porque achara graça diante de Deus, ela foi escolhida para cooperar com Ele em algo muito especial: gerar Aquele que viria nos salvar.
     Esse maravilhoso acontecimento, contudo, causou muitos transtornos para a vida dos dois. Como ainda não era casada com José, apenas desposada, isto é, noiva, estava exposta ao desprezo das pessoas e à rejeição de seu noivo que, para não infamá-la, pensou em deixá-la secretamente. Por temerem a Deus, todavia e estarem dispostos a fazer Sua vontade, ambos submeteram-se ao plano estabelecido por Ele para suas vidas.
     A fim de esclarecer Sua vontade para os dois, Deus enviou o anjo Gabriel para Nazaré a fim de anunciar a Maria o que iria acontecer (Lc 1:26-28), e, quanto a José, as mesmas coisas lhes foram avisadas em sonho (Mt 1:20-24). Deus não é de confusão. Ele deixa evidente Sua vontade para o casal.
     Após receber a saudação do anjo, Maria perturbou-se e ficou sem entender como isso aconteceria (Lc 1:29, 34), porém não duvidou; antes, dispôs-se a cooperar com Deus dizendo: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim conforme a tua palavra”. Que reação maravilhosa! Que humildade! Sua resposta indica que, além de crer na palavra do anjo, ela se mostrou pronta a cooperar com a vontade do Senhor. Que simplicidade e pureza! Maria era uma jovem descomplicada, aberta e disposta a cooperar.
     José, embora não estivesse diretamente ligado à concepção e nascimento de Jesus, teve participação importantíssima no cumprimento das profecias referentes ao Senhor. Ouviu o anjo, tomou Maria por esposa, foi para Belém alistar-se e fugiu para o Egito (Mt 2:13-15). Por fim, também foi José quem recebeu a orientação de ir morar em Nazaré, lugar desprezado, onde Jesus seria chamado nazareno (vs. 19-23). Que arranjo e coordenação maravilhosa!
     Isso tudo nos mostra que, como casal, precisamos um do outro para cooperar com Deus e realizar Sua vontade. No casal,a mulher pode ter a vida que gera Cristo, os dons, a pureza de servir o Senhor, mas ainda precisa da cooperação e direção do marido. Ambos precisam ser simples e abertos para que Deus tenha a liberdade de se mover por meio deles. Quando isso acontece, Cristo é gerado, pessoas são salvas, o testemunho do Senhor é protegido, a palavra do Senhor é cumprida e a vontade de Deus é feita. Aleluia!

CAPÍTULO TRÊS

A BOCA FALA DO QUE ESTÁ CHEIO O CORAÇÃO
     Pai e filho passeavam num bosque quando o pai perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?
O filho apurou os ouvidos alguns segundos e respondeu:
- Parece que estou ouvindo um barulho de carroça.
- Isso mesmo, e é uma carroça vazia...
- Como o senhor pode saber que a carroça está vazia se ainda não a viu?
- Ora filho, é muito fácil: a gente sabe que uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, mais barulho faz!
Às vezes nosso relacionamento é assim: muito barulhento! Muitas reclamações, murmurações, críticas, gritaria, palavras que ofendem e machucam profundamente. Parece que não temos nada melhor a dizer! Por que isso acontece? A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração (Lc 6:45). Damos o que temos! Existem palavras que, quando são ditas, matam imediatamente qualquer sentimento positivo no coração de quem as ouve. Mas existem também palavras que semeiam coisas agradáveis, transmitem esperança, alegria, paz, conforto e amor. Quando percebemos que não temos nada de bom a dizer ao cônjuge, é preferível permanecer em silêncio; porém, diante de Deus, devemos abrir o coração, confessar-Lhe nossa situação vazia e arrepender-nos dela.
     Precisamos buscar desesperadamente ser cheios do que o Senhor é e tem, cooperando com Ele, falando Suas palavras conforme a necessidade de quem ouve. Não devemos falar ao cônjuge o que o inimigo de Deus põe em nossa mente ou em nossa boca, mesmo que pareça devido, justo e oportuno. Não podemos esquecer que o diabo tem grande poder e astuciosamente procura oportunidades para atacar nosso casamento com o objetivo de matar, roubar e destruir (Jo 10:10ª)! Só o Senhor veio para nos dar vida e vida em abundância (v. 10b). Ele nos criou para Si e, como casal, para que cumpramos um propósito elevadíssimo: trazer Seu reino à terra.
     Amemos nosso cônjuge não somente de palavras oi de língua, mas de fato e de verdade, pois ele é o nosso próximo. Alimentemo-lo com a Palavra de Deus (1 Jo 3:18), não o destruamos com as palavras do diabo; cooperemos com o Senhor e não com Seu inimigo.
     Que de nós saiam palavras boas, que alimentam espiritualmente, edificam e transmitem graça (Ef 4:29). Lemos em Salmos 45:1: “De boas palavras transborda o meu coração”, e em Provérbios 16:24: “Palavras agradáveis são como favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo”. Que estejam “longe de nós toda amargura, cólera, ira, gritaria e blasfêmia” (Ef 4:31).
     Hoje, se você se achar falando o que não deve, intimidando ou tratando o cônjuge com indelicadeza, prepotência, interrompendo-o quando fala e querendo demonstrar que é você quem tem razão e a verdade absoluta, lembre-se daquele pai dizendo:
- Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz!

CAPÍTULO QUATRO

RELACIONAMENTO VIRTUAL VERSUS REALIDADE
     Hoje, em dia é muito comum se falar de relacionamento virtual. Isso até se tornou assunto de revistas muito conhecidas pelo público em geral. A capa de uma delas mostrou que oito entre dez brasileiros on-line frequentam sites de relacionamento. O círculo de amigos reais diminui enquanto o de virtuais aumenta. Esse tipo de comportamento revela que as pessoas estão tendo mais dificuldades de se relacionar com o próximo e procuram aplacar a solidão com relacionamentos via internet. Não é preciso ser um estudioso para saber que isso não funciona.
     A interação pela internet sem dúvida se tornou indispensável no mundo globalizado. No entanto esse relacionamento às vezes pode passar dos limites, principalmente quando essas interações tomam lugar expressivo do tempo que deveria ser usado para o relacionamento real e pessoal com o cônjuge e com a família.
     A falta de comunicação entre o casal, ou a falha nessa comunicação, abre brechas para que muitos busquem esse tipo de relacionamento virtual como fuga para suas frustrações pessoais e emocionais da vida real cotidiana. Essas brechas, que não são nada virtuais, acabam se tornando verdadeiros vícios e pesadelos, pois, nessa fuga da realidade, as pessoas acabam se abrindo e expondo a vida pessoal e íntima a outras que não conhecem.
     O próprio nome “virtual” indica que nem sempre o que está do outro lado é de fato o que parece ser. Pode ser desde um gentleman até um doido, desde alguém normal até um esquizofrênico. Isso para não dizer que, ao buscar esse tipo de relacionamento, alguém pode estar tendo um caso com o próprio demônio, disfarçado de amigo ou amiga virtual. Se Satanás é capaz de se transformar num anjo de luz, do que mais ele não se disfarçaria (2 Co 11:14)?
     Portanto, para evitar cair nessa armadilha do relacionamento virtual, caro leitor, procure estar junto dos que lhe são próximos. Invista na qualidade de tempo com a família. Converse sobre as vitórias e conquistas diárias, mas também procure conhecer as frustrações que incomodam e abatem seu cônjuge.
     Depois disso, separe um tempo para orar ao Senhor Jesus. Mantenha um relacionamento pessoal com Ele, confessando-Lhe suas fraquezas e pecados, expondo suas frustrações e, principalmente, abrindo-Lhe o coração para que Sua vida divina cure e preencha todo o vazio interior. Tenha certeza de que, no lugar de um pesadelo do mundo virtual, você ganhará um amigo real que é capaz de socorrê-lo a qualquer momento (Hb 2:17-18; 4:14-16). Confie Nele! Jesus é o próprio Deus que se tornou homem. Ele viveu aqui e enfrentou problemas reais como  todo ser humano. Passou pelas piores experiências que um homem pode passar: desde traição e ser abandonado pelos melhores amigos até ser julgado e condenado injustamente, sem falar de sofrimento e morte. Após morrer e ressuscitar por nossa causa, Ele se tornou o Espírito da realidade. Como tal, Ele deseja nos guiar a toda a realidade e nos livrar de todo engano e mal (Jo 16:13; 17:15).
     Ao invocar o nome do Senhor você estará acessando Seu “site” que é bem simples. Sua “conexão” é excelente, gratuita e pode ser feita em qualquer lugar; invoque várias vezes: Ó Senhor Jesus! Abra a Bíblia e, com espírito de oração, leia alguns versículos diariamente. Ele sempre tem algo a dizer-nos em Seus blogs. Também busque visitar parentes, amigos, vizinhos ou outras pessoas com seu cônjuge para transmitir-lhes a vida que recebeu do Senhor e de Sua Palavra. Com essas pessoas, marque reuniões nos lares para falar sobre a Palavra do Senhor, orar, cantar hinos e cânticos espirituais, ler livros espirituais e compartilhar suas experiências, quer sejam de vitórias ou de derrotas. Orem uns pelos outros e cultivem esse relacionamento. Vocês verão que a realidade é muito mais significativa e melhor que o mundo virtual.
    
CAPÍTULO CINCO

QUAL VONTADE ESTÁ SENDO FEITA?
     Depois de certo tempo juntos, marido e mulher começam, sem perceber, a fazer valer sua própria vontade na vida conjugal. Isso pode acontecer quando, a respeito de determinado assunto, surge alguma divergência entre o casal e, em vez de conversar sobre a questão e orar diante de Deus a fim de buscar Sua vontade, os dois se apressam em impor sua respectiva decisão e, descuidadamente, abrem a porta para que outra vontade seja feita em sua casa: a de Satanás, o inimigo de Deus. Gostaríamos que você parasse agora um minuto e refletisse: afinal, a vontade de quem está prevalecendo em sua vida conjugal?
     Discussões, brigas e até separações brotam de pequenos deslizes. O inimigo de Deus, com toda sua astúcia, nunca desperdiça momentos em que marido e mulher se sentem “cheios de razão”: em ocasiões assim, homem e mulher estão vulneráveis a sua manipulação, e são enredados em enganos, reforçando seus argumentos falsos e suas posições malignas. Não percebem que estão sendo roubados no respeito mútuo, o amor e até no temor a Deus. Sim, porque o casal aos poucos vai se afastando de sua utilidade no plano divino, pois vão se desfazendo os vínculos, a comunhão, o testemunho. Por não conhecer os desígnios do diabo, marido e esposa são levados a pensar que o cônjuge é um inimigo. Manipulados pela força maligna que atua na alma humana, são induzidos pelo diabo a desistir de seu casamento por causa de pequenas divergências ou de mal-entendidos. Essa é a razão de o apóstolo Paulo ter falado sobre não permitir que Satanás alcance vantagem sobre nós, e, sobre não ignorar seus desígnios (2 Co 2:11).
     Para alcançar vantagem sobre um casal cristão, o inimigo de Deus (e do casamento) primeiramente instiga um dos dois a valorizar o próprio ego, seus pensamentos e opiniões a respeito de algo. Conseguindo isso, ele vai levar cada um a se afundar em seus arrazoamentos e a acirrar o orgulho próprio. O que ele ou ela pensa ser sua própria vontade é, de fato, uma mescla da vontade humana com a maligna. Uma vez presos em suas razões, tornam-se nulos para a vontade de Deus. Pior ainda, o que antes era apenas um pequeno desentendimento dá lugar para que as trevas predominem, com palavras e agressões verbais que jamais pensaram um dia proferir e deixam marcas indeléveis no coração do outro. Como resultado, o nome do Senhor, que devia ser glorificado por meio do casal, acaba sendo desonrado.
     Deus nos uniu para que Sua vontade prevaleça. Em Mateus 6:9-10, o Senhor revela Sua vontade para Seus filhos: ter Seu nome santificado entre eles; ter Seu reino na terra e Sal vontade feita, como é feita nos céus. Se os casais cristãos praticassem isso, que bênção e paz reinariam em suas casas e que impacto suas famílias causariam na sociedade! Eles seriam úteis nas mãos de Deus para evangelizar os vizinhos e socorrê-los nos momentos difíceis! Se negarmos a nós mesmos para que a vontade de Deus seja feita, nossa casa será uma pequena embaixada do reino dos céus.
     “Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria [...]. Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4:31-32).

CAPÍTULO SEIS

ANDAR NA LUZ
     Ao descrever a criação, o primeiro capítulo da Bíblia registra que a terra estava sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. Logo em seguida relata as primeiras palavras de Deus e Sua reação depois disso: “Disse Deus: Haja luz; e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas” (Gn 1:3-4). Caos e trevas sempre estão juntos e só produzem confusão, ao passo que ordem e luz também estão relacionadas e geram vida.
     A Palavra de Deus sempre traz luz a qualquer situação, por pior que seja. Muitos casais, antes de conhecer o Senhor Jesus e Sua Palavra, andavam em trevas e seu casamento era um caos. Todavia um dia, provavelmente em meio a uma grande crise conjugal, encontraram na Palavra de Deus a luz para os seus caminhos (Sl 119:105). Ao ouvir o falar de Deus, ganharam luz em suas vidas! Mesmo um pequeno versículo da Bíblia foi suficiente para fazer separação entre o que era de Deus e o que era das trevas. Assim ganharam a vida de Deus, nasceram d novo e parecia que todas as virtudes necessárias para um casamento normal, como paciência, respeito, mansidão, perdão, surgiram na “terra” de seus corações! As trevas se foram; “houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1:4).
     No entanto o que poucos casais sabem é que, para um relacionamento conjugal crescer de maneira saudável, florescer e produzir fruto, eles precisam de outro tipo de luz, a do quarto dia, quando Deus criou os luzeiros: o sol, a lua e as estrelas. Os luzeiros, criados no quarto dia, trouxeram uma luz definida, com uma finalidade específica: seriam para sinais, estações e, por meio deles, os dias e anos seriam determinados. Precisamos saber a hora de plantar e de colher. Há tempo para perder as folhas, tempo para fortalecer as raízes, tempo para florescer e tempo para frutificar. Nossa vida cristã precisa das estações.
     Os dias determinam os novos começos. Cada manhã as misericórdias de Deus são novas (Lm 3:22-23). Todos os dias podemos ser renovados interiormente (2 Co 4:16) e ter o coração “afofado” pela voz do Senhor (Hb 4:7). Já os anos são as experiências marcantes em nossa vida. Por exemplo, crer no Senhor foi um grande novo começo. Outro ocorreu quando, constrangidos pelo amor do Senhor, nos consagramos a Ele. Há muitos marcos na vida do cristão, especialmente na vida de um casal que ama o Senhor e deseja fazer Sua vontade.
     Quando aplicamos a questão da luz à vida conjugal, podemos dizer que o conhecimento da Palavra do Senhor em relação a nosso papel na vida conjugal seria apenas a luz do primeiro dia. Por exemplo, o marido sabe que deve amar a esposa como Cristo amou a igreja e Se entregou por ela. A esposa sabe que deve se submeter ao marido. Mas, somente quando estamos no espírito, somos iluminados e percebemos que, embora conheçamos muitos versículos da Bíblia, falta-nos a realidade, a experiência. Podemos ser eloquentes pregadores, mas em casa falta amor, perdão, isto é, a expressão de Deus. Quando estamos debaixo dessa luz, não nos justificamos não criticamos e muito menos agredimos os outros; como diz o salmista: “Na tua luz, vemos a luz” (Sl 36:9).
     Oremos ao Senhor: “Senhor Jesus, que Tua luz tão viva desvaneça as trevas do meu interior. Livra-nos do mero conhecimento da letra. Preciso de Ti para ter a experiência de Tua Palavra em minha casa, com minha família. Senhor, transforma minha vida e leva-nos a crescer em Ti, a fim de frutificar para glória de Teu nome”.
    
CAPÍTULO SETE

CASAR É SEPARAR-SE!
     Você pode estar estranhando essa afirmação, contudo, quando nos casamos precisamos separar-nos da vida de solteiro para que o casamento seja duradouro. Quando éramos solteiros vivíamos para nós mesmos; não precisávamos diretamente de outras pessoas para decidir o que fazer, mas quando decidimos nos casar nossa vida mudou ou precisaria ter mudado em vários aspectos. Casar-se significa unir ou ligar um elo ao outro; significa criar relacionamento e interdependência, ou seja, nenhum dos cônjuges pode mais viver isoladamente ou tomar decisões sem considerar a outra parte.
     Um dos grandes problemas na vida dos casados está no fato de não aceitarem a ideia de que precisam “divorciar-se” da vida de solteiro. Portanto, nesse sentido, casar é separar-se. Continuar vivendo a vida de solteiro depois de casado é fonte de muitos transtornos conjugais. A altura do som da música que você quer ouvir, a decisão de dormir com a janela aberta ou fechada, de abrir a casa para os amigos dormirem no final de semana, da refeição que será servida, de que horas vai sair ou chegar, tudo isso não pode ser determinado apenas por um dos cônjuges, mas pelo casal. Muitos preferem divorciar-se do cônjuge a romper  com a vida independente que possuíam antes do casamento. Casar-se implica viver e tomar decisões isoladamente são coisas do passado.
     Além de reconhecer a importância da participação de nosso cônjuge no viver matrimonial, também devemos reconhecer a necessidade de ter o Senhor Jesus presente em todas as situações. Não é possível termos uma vida conjugal sem reconhecê-Lo como a realidade e a fonte do casamento.
     Se Deus não for a realidade do casamento, este será apenas uma aparência, uma união de muita amargura, ou a união de “casais perfeitos” que não brigam, não reclamam um do outro, mas também não manifestam o prazer e a sensação gostosa de que fizeram a excelente escolha de compartilharem a vida juntos.
     O amor fraternal entre um homem e uma mulher é como uma vela: tem começo e fim. Se Deus não for a verdadeira fonte para abastecer o casamento com amor, em uma hora que ninguém estiver esperando ele se esvaziará e o casamento terminará. Muitos casais, quando buscam os motivos por que estão se separando, alegam que o amor chegou ao fim. É verdade que o amor humano é limitado, mas o amor divino nunca termina. Ele é perfeito, completo e dinâmico. O amor de Deus pode gerar verdadeiros milagres no casamento. Com ele os cônjuges podem passar uma noite inteira em lágrimas achando que tudo está acabado, mas pela manhã podem ter a grata surpresa de ver surgir o sentimento de continuar juntos mais uma vez.
     Todo casal, portanto, para ter uma vida conjugal feliz deve separar-se de sua vida de solteiro, reconhecer o cônjuge e amar o Senhor Jesus. Aquele que é a realidade e a fonte do casamento.

CAPÍTULO OITO

QUEM COMANDA SUA VIDA CONJUGAL?
     Há certas coisas que não conseguimos vencer no dia a dia. Embora pareçamos fortes e capazes, sentimo-nos frustrados com respeito a certas fraquezas difíceis de derrotar. Não estamos falando somente do que aborrece nosso cônjuge, mas do que nós mesmos não suportamos em nosso caráter ou maneira de ser.
     Vamos ilustrar com o relato de certa jovem esposa que perguntou a um servo de Deus o que fazer para controlar seu mau temperamento em relação ao esposo. Ela já havia recebido Jesus como Salvador, mas não conseguia ser salva de seu temperamento explosivo. Tinha certeza de que Deus ouvia as orações dos outros, mas não as suas! Sabia que a vida de Deus era poderosa, contudo não entendia por que era sempre vencida por seu temperamento, mesmo quando estava fora do período pré-menstrual, onde os hormônios levam a mulher à instabilidade emocional.
     O servo de Deus lhe perguntou: “Quem é o Senhor de sua vida, você ou Deus? Quem está no trono de sua vida? Nas mãos de quem está a autoridade de sua família?”. Embora quisesse argumentar mais um pouco, ela finalmente admitiu: “Eu estou no comando de minha vida”.
     Essa situação é vivenciada por muitos casais. Quando assumimos o comando de nossa vida, determinando o que queremos que o Senhor Jesus seja nosso “auxiliador”, para que tudo aconteça exatamente como desejamos. O resultado disso, como no caso acima, é frustração não só com respeito ao cônjuge e a si mesmo, mas também em relação ao próprio Deus.
     Se queremos que o Senhor nos ajude a mudar nossa maneira de ser, se anelamos que Sua poderosa vida anule nosso mau temperamento, precisamos nos perguntar: Quem está no trono? Se deixarmos o Senhor assumir a autoridade sobre nossa vida, se nos submetermos a Ele em oração, deixando-O agir como realmente Lhe agrada, então cada inimigo será derrotado.
     Para que o Senhor assuma o trono de nossa vida conjugal, precisamos deixar de ser o centro de todas as coisas, isto é, devemos negar a nós mesmos e tomar o caminho que Ele escolher (Mt 16:24). Quando fazemos o que queremos, corremos o risco de nos desviar. Se vivemos em torno de nós mesmos, sempre estamos insatisfeitos, pois ninguém conseguirá nos satisfazer em todas as áreas e no padrão que entendemos como ideal. Isso faz brotar um forte e persistente sentimento de frustração, de insatisfação; a alegria desaparece, as reclamações se intensificam.
     Já é tempo de parar de nos concentrarmos nos possíveis defeitos de nosso cônjuge e buscar no Senhor a graça para conviver com suas peculiaridades. Olhemos para o Senhor que está assentado no trono e faz novas todas as coisas (Ap 21:5)!
     Que tal, em sua vida conjugal, investir mais no trono de Deus? Que tal invocar mais Seu nome antes de abrir a boca para emitir opiniões ou murmurar? Que tal estabelecer um tempo para oração e leitura da Bíblia com seu cônjuge toda semana? Se der ao Senhor o comando de sua família e a Ele se submeter, desfrutará Sua novidade. Creia; Ele é fiel!
     “[Cristo] morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:15).

CAPÍTULO NOVE

O PRINCÍPIO DA PRESENÇA DO SENHOR JESUS
     A união entre homem e mulher foi estabelecida por Deus na Bíblia (Gn 2:18, 21-24). Mas, para que o casamento se mantenha saudável, são necessários alguns princípios que encontramos em Sua Palavra.
     O Senhor Jesus, no Evangelho de João, ao dar início a Seus sinais, o fez numa festa de casamento (2:11). Em Caná da Galileia havia duas pessoas dando testemunho de sua união matrimonial. O que era comum em todo casamento, para manter a alegria e a satisfação entre as pessoas, era o vinho, o qual não poderia faltar. Depois de algum tempo, porém, alguém anunciou que faltava vinho. Maria, mais que depressa, apresentou a situação ao Senhor Jesus, dizendo-Lhe: “Eles não tem mais vinho” (v. 3b).
     A maioria dos casamentos, hoje, está “sem vinho”, isto é: sem alegria, satisfação e, muito menos, amor. Na verdade, essas virtudes existem, mas, quando pautadas somente na humanidade, no esforço próprio, são efêmeras e findam. A vida humana, segundo seu ciclo normal, um dia chega ao fim. É isso que o capítulo 2 do Evangelho de João quer nos mostrar.
     O diferencial desse casamento é que havia ali um convidado especial – o Senhor Jesus. Quando o fim do vinho chegou, Maria estava certa de que isso não perduraria, pois o Autor da vida estava presente (At 3:15). Quando Jesus está em nosso casamento, o que é efêmero passa e dá lugar ao que é eterno – o próprio Jesus (1 Jo 5:11-12).
     O que aquelas pessoas, bem como os noivos, precisavam reconhecer é que, quando o casamento não há interferência de Jesus, o fim é  certeza e não casualidade. A presença de Jesus naquele casamento trouxe o sabor da eternidade. A alegria, a satisfação e o amor não seriam mais prejudicados pela morte.
     Os vestidos e os trajes dos cônjuges um dia envelhecerão; as fotografias perderão seu brilho; os presentes se desfarão; mas, quando o amor humano está mesclado ao divino, jamais acaba (1 Co 13:8ª). Quando nosso casamento é edificado sobre uma base sólida, a prática da Palavra de Deus, temos a garantia de que suportará toda intempérie.
     Aqueles que conhecem bem o vinho, como foi o caso do mestre-sala após prová-lo, poderão dizer: “Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até agora” (Jo 2:10). Ou seja, o vinho que o Senhor Jesus serviu naquele casamento conservou-se por muito mais tempo do que o primeiro.
     Sendo assim, amados leitores, um casamento sem a presença de Cristo não terá garantia de sobreviver. Este é, na verdade, o princípio que necessitamos aplicar ao nosso casamento – a presença do amável e gracioso Senhor Jesus.
     Por isso, se seu casamento ainda não O tem, chame-O hoje mesmo. Chame seu cônjuge para junto de você e digam juntos: “Ó Senhor Jesus! Vem viver em nosso casamento. Não queremos esperar o “vinho” acabar para perceber que precisamos de Ti. Antes queremos ter-Te como o princípio e a base que sustentam nossa união. Amém!”.

CAPÍTULO DEZ

TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA
     No jardim do Éden, Adão e Eva gozavam da presença de Deus, e Este se alegrava com a presença deles. Deus supria todas as necessidades do casal que criara e ambos estavam repletos de alegria, satisfação, segurança e paz.
     Contudo, depois de expulsos do Éden, Adão e Eva perderam a presença de Deus. Com isso, o  sustento que antes lhes era provido pelo Criador teria de ser obtido lavrando-se a terra. Eles perderam, também, a alegria que tinham em Sua presença e, por fim, sentiram-se desprotegidos e não conseguiam mais ter paz.
     Ao contrário de Caim e seus descendentes Jabal, Jubal e Tubalcaim, que resolveram buscar a solução para essas necessidades por seus próprios meios, Adão e Eva e seus descendentes decidiram buscar a Deus para suprir a necessidade de sustento, alegria e proteção.
     Apesar de terem ofendido a Deus no jardim do Éden, eles reconheceram que não eram capazes de viver sem Ele e que tudo ao seu redor era vazio, sem sentido, e nada poderia satisfazer-lhes plenamente. Quando lhes nasceu o neto Enos, filho de Sete, os homens já percebiam sua condição de fragilidade, por isso passaram  a invocar o nome do Senhor (Gn 4:26b). O nome Enos quer dizer fraco, frágil, mortal e o nome do Senhor é Jeová, O Eu Sou. Em outras palavras, é como se declarassem: “Ó Senhor! Somos fracos , frágeis e mortais. Sem Ti não podemos viver! Sem Ti nossa alegria é limitada, não nos satisfaz! Sem Ti não temos proteção e não conseguimos sentir paz! Ó Senhor, precisamos de Ti, porque Tu és! Por causa de nosso sustento, precisamos de Tua benção! Para ter alegria, precisamos de Tua presença (Sl 16:11)! Para nos proteger e conseguir a paz, precisamos de Ti!”. Essa também deve ser nossa percepção e atitude.
     Embora Adão e Eva tenham fracassado no jardim do Éden, por meio do arrependimento, algo positivo foi produzido: invocar o nome do Senhor. A partir deles, muitos no Antigo Testamento tomaram para si essa prática.
     Nisso vemos que Deus, muitas vezes, permite que falhemos para que a partir de nosso fracasso nos arrependamos e tenhamos sucessivas experiências vitoriosas. Embora Adão e Eva tenham sido o primeiro casal a falhar em cumprir o comissionamento dado por Deus, foram também o primeiro casal a se arrepender e ganhar outro ministério: o de invocar o nome do Senhor, no qual foram fiéis.
     Não é raro ocorrerem fracassos no casamento. Quanto, porém, temos reconhecido nossos erros e nos arrependido deles? Quanto temos aprendido com eles? Quantas derrotas têm sido transformadas em vitórias? Que nossos erros sejam acompanhadas por um genuíno arrependimento que será uma base sólida para a melhora da qualidade de nosso relacionamento com o cônjuge e de nosso serviço ao Senhor.

CAPÍTULO ONZE

AS CONDIÇÕES PARA PERMANECER CASADO
     Se fizermos uma retrospectiva para refletir acerca do casamento, concluiremos que ele é o resultado do arranjo de Deus. Pois como é possível estarmos juntos hoje tendo vindo de famílias e lugares tão diferentes? O amor aparece vencendo todas as barreiras.
     Mesmo com tanto amor, cresce mundialmente, cada dia, a taxa de divórcio. Muitos casais estão mergulhados em crises. Os antigos aliados se tornaram inimigos íntimos. A graça e a satisfação de estar juntos deram espaço ao peso e à insatisfação. A certeza se transformou em dúvida.
     Quais as condições para permanecer casados, e não somente casados, mas felizes, de modo que, quando surgirem as dificuldades, consigamos superar? Apresentaremos três caminhos. O primeiro deles é Deus o criador e o mantenedor do casamento. Na verdade, não existe casamento sem Deus. Se Ele não os visitar na “viração do dia” como fazia com Adão e Eva no Éden (Gn 3:8), nosso casamento, cedo ou tarde, se tornará desinteressante, árido e sem vida. Não há como negar que temos características irritantes, máculas profundas e defeitos mil, e isso tudo pode gerar ofensas mútuas. Por isso precisamos de Deus para dilatar o afeto em nosso coração, a fim de perdoar nosso cônjuge mais do que sete vezes (Mt 18:21-22). Errar é próprio do ser humano; perdoar tantas vezes quantas forem necessárias é divino.
     O segundo caminho é fazer manutenção constante. O conceito de muitos casais é que não há muita coisa a fazer depois que se casam; acham que o casamento se ajusta si mesmo. Geralmente ficam tão envolvidos com o cotidiano de suas vidas, empenhados em trabalho, tarefas, obrigações, filhos e atividades, que acabam esquecidos que seu casamento precisa de cuidado. Uma boa maneira de fazer a constante manutenção no casament0 é criar pequenas pausas reflexivas na presença de Deus: “Senhor, como está meu casamento? Está sendo útil a Ti? Tem Tua expressão? Estou errando? Em que preciso melhorar? Estou cooperando para que meu casamento cresça? Será que não estou muito crítico?”.
     O terceiro caminho é viver no espírito. O ser humano é composto de três partes: corpo, alma e espírito. A alma é a sede da mente, emoção e vontade. Geralmente usamos a mente para criar pensamentos, argumentar, defender-nos e acusar. A emoção, nos a usamos para amar ou odiar. Nos momentos de indisposição com nosso cônjuge, ela pode ir da ira ao ódio! E é assim que a mente e a emoção acabam forjando a abertura para que a vontade se decida pela separação. Para cortar o mal pela raiz, nossa mente, emoção e vontade naturais, isto é, não trabalhadas por Deus, que são as faculdades da alma, devem ser negadas, postas de lado. Precisamos decidir viver no espírito, onde há vida e paz, e negar a nós mesmos. Experimentar o Senhor Jesus, que está em nosso espírito, é uma necessidade urgente. Isso dará ao Senhor caminho para trabalhar em nós e infundir em nossa mente a mente de Cristo, em nossa emoção, o sentimento de Cristo, e em nossa vontade, a vontade maravilhosa de Deus.
     Quem está disposto a percorrer esses caminhos citados? Experimente-os e veja como levam a um bom resultado.

CAPÍTULO DOZE

A VIDA COMUM DO LAR
     O apóstolo Pedro, que também era casado, disse com bastante propriedade em sua primeira epístola o seguinte: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações (1 Pe 3:7).
     A Bíblia é um livro maravilhoso e pode ser resumida em três palavras – história, experiência e esperança. Tanto o Antigo Testamento como o Novo seguem esse princípio. Os livros históricos descrevem a história de Deus com os homens; os poéticos apresentam as experiências dos homens com Deus; os proféticos apontam a esperança gerada nos homens que tiveram uma história e experiências com Deus. A epístola de Pedro está na seção da experiência. Ele se baseou em sua vivência, quando disse aos maridos que vivessem a vida comum do lar.
     Que é viver a vida comum do lar? Na sociedade moderna, muitas mulheres, além de cuidar dos filhos e da casa, trabalham fora, estudam e, quando chegam à casa, ainda têm energia para ajustar detalhes domésticos e conferir as tarefas dos filhos. A “princesa da noite” foi uma “gata borralheira” ao longo do dia. O marido, na maioria das vezes, encontra tudo pronto para tão somente desfrutar. Nesse aspecto, ele precisa ter muita consideração pela esposa. Quando Pedro falou sobre a vida comum do lar, referia-se a questões práticas, como: lavar louça, jogar o lixo fora, organizar os objetos pessoais, ajudar com as crianças e dizer muitas vezes: “Obrigado querida”. Esses atos são um encorajamento que toda mulher precisa para continuar cumprindo com alegria e destreza sua comissão na vida familiar.
     Um marido cordial cultiva o amor, o respeito e a admiração da esposa. E, com certeza, colherá frutos do que está cultivando. Dizer: “Por favor”, “Como você está linda!”, “Como foi seu dia?”, “A comida está saborosa”, “Você é um presente de Deus a mim” faz com que a esposa se sinta amada, reconhecida, digna, valorizada em suas atividades e esforço para continuar suprindo a necessidade do lar sem enfado.
     Esse tipo de conduta melhora a convivência do casal e faz com que as orações não se interrompam. Quando há reconhecimento do papel da mulher, ela se torna mais feliz e espontaneamente se dispõe a guardar seu marido em oração. Ele também se sentirá estimulado a orar e buscá-la para juntos terem comunhão com Deus.
     Um relacionamento assim cooperará para que ambos sejam herdeiros da mesma graça de vida, pois não pretendemos reinar sem o cônjuge. Sejamos maridos que alimentam a esposa com a Palavra de Deus, para seu crescimento espiritual. Pedro disse que a mulher é o vaso mais frágil, isso implica que o marido também é frágil. Quem nunca experimentou os aconchegantes ombros da esposa depois de um dia difícil? Ser acolhido pelos seus braços é acalentador e recompensador. Cultivemos nosso relacionamento, pois precisamos um do outro!

CAPÍTULO TREZE

LER E PRATICAR A PALAVRA DE DEUS
     Uma das grandes dificuldades da maioria dos casais cristãos é não dar a devida atenção à Palavra de Deus. Programas de TV, leitura de jornais, revistas, livros, internet e outras coisas ocupam grande parte de sua rotina e tempo livre, mas leitura da Bíblia e de livros espirituais sempre fica em segundo plano. Por não ter tempo para as coisas espirituais, enfraquecemos e ficamos sem forças para lutar e mudar. O salmista disse: “A minha alma, de tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra” (Sl 119:28). De fato, tudo o que o mundo tem a oferecer para nossa alma é tristeza e lágrimas. Somente o falar do Senhor pode nos fortalecer.
     Outra dificuldade recai sobre os que leem e até ouvem a Palavra de Deus com apreço, mas não conseguem aplicá-la no viver diário. Não conseguem reconhecer o Senhor no caminho e não percebem as inúmeras oportunidades que surgem para confirmar a palavra ouvida ou lida. Tornam-se como os judeus que liam as Escrituras e as examinavam sem conseguir reconhecer Jesus como o Filho de Deus andando e falando com eles (Jo 5:39-43). Muitos também não percebem Deus agindo ou falando por meio do cônjuge. As situações e os cônjuges são como espelho para ver o que há de errado em nós, o que nos está atrapalhando crescer espiritualmente e fazer a vontade de Deus.
     Uma  terceira dificuldade é praticar o que Deus nos mostra em Sua Palavra. Nesse caso, há cristãos que, ao ouvir uma boa pregação, são tocados por Deus; percebem que precisam mudar, enxergam seus erros, mas parece que lhes falta algo. Para eles, o que falta é buscar a presença de Deus em cada situação, colocar-se diante de Dele em oração, principalmente pela manhã, e deixá-Lo iluminar cada parte de seu ser (Sl 143:8). Quanto mais exercitarem isso, mais sensíveis serão ao Senhor. Na verdade, quando Deus nos mostra algo, não é para nos desesperarmos, mas para simplesmente irmos à Sua presença. Vejam só a atitude do salmista: “Ao meu coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua presença” (27:8). Esse é o segredo. Muitos só buscam a Deus porque querem resolver seus problemas, mas o que Deus mais quer é que estejamos em Sua presença, e é disso que sentimos falta muitas vezes.
      Quando alguém vai ao médico, por exemplo, e ouve um diagnóstico, precisa esperar mais um tempo ara ouvir qual será o tratamento. Infelizmente muitos filhos de Deus ouvem a Palavra do Senhor, recebem o diagnóstico, compreendem a gravidade da situação, mas não permanecem diante do Senhor, invocando Seu nome. Por não permanecer na presença de Deus para ouvir Dele o que deve ser feito, que atitude deve ser tomada, com quem devem conversar ou talvez o que deve ser evitado, procuram resolver sozinhos seus problemas. Por isso têm conflitos e se frustram. O que Deus espera é que, ao ouvir Seu diagnóstico, mediante Sua Palavra, creiamos Nele, esperemos Nele e sejamos obedientes em praticar de acordo com Suas prescrições e não segundo o que achamos que deve ser feito.
     “Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos!” (Sl 81:13).

CAPÍTULO CATORZE

NA TEMPESTADE
     Na primeira competição de rally Paris_Dakar, em 1979, dos 170 participantes que saíram de Paris, apenas 69 conseguiram chegar a Dakar. Das diversas séries dessa competição que se repete anualmente, algumas orientações se tornaram fundamentais, tais como: verificar se o combustível é suficiente para o próximo trecho; racionar água, pois em situação de acidente não se obtém socorro imediato; e aprender a orientar-se para não se perder no mundo de areia do deserto. Isso na verdade aconteceu com o piloto que deu origem a esse rally. Ele havia se perdido depois de uma tempestade de areia, ficou sem combustível em sua moto e, não fosse o socorro de uma pequena aeronave que o encontrou no deserto, após três dias de busca, no limite da desidratação, teria morrido ali mesmo.
     Dessa competição e da experiência desse piloto, podemos tirar algumas lições para a vida conjugal. Como está seu casamento? Vocês estão perdidos em alguma “tempestade de areia”? Que orientação vocês têm recebido? Vocês consultam o “mapa” constantemente? E o “combustível”, é suficiente? O amor “secou”?
     Podemos dizer que o casamento é uma longa jornada para a qual precisamos da “água viva” do Espírito (Jo 7:38), do “combustível” da fé (Rm 10:17; 2 Co 5:7; 1 Tm 1:19) e da “orientação” da Palavra de Deus (Sl 119:105). Quase como um rally, onde as “estradas” nem sempre são planas e asfaltadas, o viver de um casal encontra muitos “buracos”, “tempestades de areia” e “acidentes inesperados”, por isso, não são poucos os que desistem. Por desconhecer os princípios da Palavra e por não estar “hidratados” com o Espírito, “secam” no “deserto” do mundo e param espiritualmente por fala de fé.
     Certa vez, os discípulos do Senhor Jesus foram compelidos por Ele a embarcar e passar para o outro lado do mar da Galileia, e partiram. Enquanto avançavam em sua jornada, o Senhor subiu ao monte a fim de orar. Quando o barco já estava longe da terra, foi açoitado pelas ondas. Além disso, o vento lhes era contrário (Mt 14:22-24). Ser açoitado pelas ondas é o mesmo que ser castigado por situações inesperadas sucessivas como: perda de emprego, estado de saúde, problema com os filhos, acidente, doença de um parente próximo, Além disso, o vento lhes era contrário e, como na tempestade de areia citada acima, tudo concorria para que parassem no meio do caminho. Eles estavam tão desesperados que, mesmo quando o Senhor apareceu para socorrê-los, pensaram que fosse um fantasma. O apóstolo Pedro, um pouco mais ousado que os outros, até arriscou: “Se és tu Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” (v. 28). O Senhor o chamou e, descendo do barco, Pedro andou em direção a Ele. Infelizmente isso não durou muito, pois “reparando na força do vento, teve medo; e começando a submergir, gritou: Salva-me, Senhor!” (vs. 29-30). Jesus, então, prontamente o socorreu, estendendo a mão, tomou-o e disse: “Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (v. 31). Por fim subiram ambos para o barco, cessou o vento e os que estavam no barco O adoraram.
     Se seu casamento se encontra assim, não se desespere, pois, enquanto estiver passando pelo rally da vida conjugal ou sendo “açoitado pelas ondas”, lembre-se de que o Senhor está “monitorando” sua vida, intercedendo por você nos céus (Rm 8:34). Ele sabe até quando você resistirá e é poderoso para salvar completamente os que por Ele se chegam a Deus (Hb 7:25). Todavia, enquanto esperam o socorro, precisam exercitar a fé, crendo na Palavra e não em homens, circunstâncias ou pensamentos. Também gritem por socorro: “Ó Senhor Jesus, salva-nos!”, permitam que o Senhor os leve para o “barco”, para a vida normal da igreja, e ali, com Ele e com os irmãos, vocês experimentarão paz, adorarão o Senhor e conseguirão chegar juntos até o destino.
     Como é bom ouvir de Sua boca as palavras: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não temais!” (Mt 14:27).

CAPÍTULO QUINZE
  
ELES NÃO PODEM CONCEBER
     Isaque e Rebeca se amavam e ansiavam por filhos. E certamente sofreram muito quando perceberam que não podiam tê-los, pois Rebeca era estéril. A esterilidade até hoje causa muitas feridas emocionais nas mulheres e homens que têm essa dificuldade.
     Nos tempos antigos, no oriente médio, isso não era apenas doloroso e vexatório como também era visto como a ausência da benção de Deus (Gn 29:31; 30:1; Dt 7:14). Abraão e Jacó, à semelhança de Isaque, tinham esposas estéreis, mas, como Isaque, eles oraram e suas esposas conceberam.
     Deus é soberano e sabe de todas as coisas. É evidente que há ainda muitos desses casos de esterilidade entre os filhos de Deus, e muitos buscam ajuda médica. Alguns têm sucesso no tratamento, outros não. Ainda assim, precisamos confiar e descansar na vontade de Deus, que governa todas as coisas e conhece o que é melhor para Seus filhos.
     A esterilidade espiritual é um assunto muito sério. Às vezes ouvimos o marido dizer: “Ela não consegue me pedir perdão, e nunca reconhece seus erros”. Também ouvimos a mulher dizer do marido: “Ele não me dá atenção, é rude, sem afeto e nunca diz que me ama”. Nesse ponto, não adianta cobrar u=ou exigir o que queremos, manipular, gritar ou lutar para obter o que precisamos. Aceitemos o fato: os dois ou um de nós é estéril. Não consegue “gerar” a atitude esperada pelo cônjuge.
     Numa situação assim só resta orar. A oração sempre é o primeiro e o último recurso, e deve ser feita ao reconhecer que não temos mais força, que não há o que fazer. Deus permite muitas vezes que cheguemos ao fundo do poço da vida conjugal para revelar nossa limitação, e somente quando nos voltamos a Ele em oração é ocorrerem mudanças.
     Não podemos exigir o que o outro não pode dar. Muitas brigas e frustrações entre casais dão-se por imaginar que o cônjuge está negando algo que lhe é devido. Talvez ele não tenha o que você pensa  que ele tem. Pare de se esforçar, de exigir; é momento para orar. Ore por ele. Esse é o começo da cura.
     Quando oramos, Deus responde. Ele gosta de operar milagres. Ele disse para Abraão cuja esposa era estéril: “Acaso para o Senhor há coisa demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e Sara terá um filho” (Gn 18:14). Muito do que exigimos de nosso cônjuge é difícil de ser obtido. Apenas Deus pode fazer com que o cônjuge estéril conceba. Nosso Deus é o Deus dos impossíveis.
     Quando Isaque orou, Deus ouviu e, Rebeca concebeu. Rebeca tinha o problema, mas Deus tinha a solução, que só pôde ser liberada pela oração de Isaque. Rebeca gerou depois de vinte anos de casamento e Sara quase cem anos de idade! Isso nos permite perguntar: por quanto tempo vamos manter nossa esterilidade espiritual? A resposta depende de cada um de nós. Nossa atitude vai determinar todas as coisas. Você pode até tentar, mas seu cônjuge não vai “conceber” nada. Ele só vai conceber quando você orar.
     Que você está esperando? Comece a orar e os frutos virão!

CAPÍTULO DEZESSEIS

AS FASES DO CASAMENTO
     Muitos julgam o casamento uma instituição falida. Esta opinião está difundida em todas as esferas da sociedade. Desde cedo, nossas crianças e jovens são orientados, pelos meios de comunicação, que o casamento não deve durar a vida toda, pois cada um só pode dar o que tem. Seria como uma laranja, que, depois de extraído todo o sumo, joga-se fora o bagaço. Muitos veem o casamento dessa forma; acham que, depois de um tempo, ele já não tem o que acrescentar e deve ser descartado.
     O compromisso dos casais que se unem em matrimônio deveria ser o de manter o casamento por toda a vida. Poucos querem pagar o preço para continuar casados dentro de um ambiente de dificuldades. Ao contrário de “jogar tudo para cima” e abandonar o relacionamento, os cônjuges deveriam buscar um caminho para mudar a situação. Os que se casam e cultivam a ideia de que permanecerão casados somente enquanto os dias do casamento forem dourados estão, sem saber, abrindo uma porta de emergência para escapar na hora da pane. Se acolhemos o pensamento de permanecer casados apenas enquanto pairar a esfera de “lua-de-mel”, isso significa que nos envolvemos com o cônjuge já com predisposição para separação. O mais triste é que, prevalecendo esse conceito, realmente vai haver separação, pois um relacionamento, por mais brilhante e estruturado que seja, cedo ou tarde, apresentará suas complicações.
     O casamento pode ser comparado às fases da lua: há momentos cheios, crescentes e minguantes. Nos momentos plenos, em que tudo está bem, devemos agradecer a Deus por tê-los proporcionado. Na fase minguante, marcada por desentendimento, crise financeira, mal-entendidos e decepções, aproveitemos para extrair lições e agradecer a Deus por nos dar circunstâncias que revelam o nosso caráter: impuro, lascivo, vaidoso, esbanjador, ciumento, iracundo e sem misericórdia. Se observarmos com cuidado a origem de nossos problemas conjugais, descobriremos que eles têm como causa algum desses elementos negativos que ainda reinam em nosso ser. Sabendo disso, procuraremos de maneira específica o tratamento.
     A fase minguante deve ser o momento para orar mais, esperar e perseverar, não para provar quem está certo e quem está errado. O que fazem os casais quando os filhos não são obedientes o suficiente? Desistem ou investem como nunca na esperança de que voltem à normalidade? Se nossa postura é sempre positiva com relação aos filhos, por que somos tão radicais com relação às dificuldades que enfrentaremos no casamento? Por que permitir que pensamentos de separação se desenvolvem dentro de nós? Não devemos invocar ou clamar àquele que instituiu o casamento e apresentar-Lhe os problemas (Sl 130:1-6)?
     Em momentos delicados da vida conjugal não pode haver juízes, e sim, médicos; não pode haver promotores, e sim advogados de defesa. Cada um deve reconhecer suas próprias faltas, pedir perdão e perdoar as deficiências do cônjuge. Se em vez de procurar o culpado no casamento procuramos o Senhor Jesus, certamente Ele vai dar uma virada em nossa situação e permitir que a “lua cheia” da vida conjugal volte novamente a brilhar.

    “Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo” (Is 43:18-19).