Vida Cristã
Que a Graça e a Paz estejam com todos. A cada dia mais o Senhor Deus nos ensina que devemos com Ele e para Ele viver. Dando a Ele toda honra e glória. Venho aqui dispensar as Sementes de Vida, da qual nada mais é do que a pura Palavra de Deus, extraída da Bíblia e de Livros Espirituais, escritos por homens de Deus dos quais tem-se permitidos serem usados pelo Espírito Santo, para serem mensageiros de Vida e das sãs doutrinas de Deus. Que desfrutemos no Espírito Santo.
terça-feira, 27 de setembro de 2016
terça-feira, 17 de maio de 2016
ALIMENTO DIÁRIO
Semana 8 - segunda-feira
SÉRIE: A Ideia Central das Epístolas de Paulo
MENSAGEM: 08: A importância do crescimento espiritual – (Cl 1:3-6)
LEITURA BÍBLICA: Ef 4:11-12
LER COM ORAÇÃO: Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus (Fp 3:13-14).
O PROGRESSO DOS SANTOS NA FÉ
Em nossa alegoria dos livros do coração da Bíblia, Gálatas é a fuselagem do avião e as duas asas são Efésios e Colossenses. O destino desse avião é representado por Filipenses, pois nesse livro Paulo fala de esquecer as coisas que para trás ficam e avançar para o alvo da soberana vocação de Deus, ou do chamamento do alto. Desse modo compreendemos que devemos avançar sempre a fim de crescer e amadurecer. Para isso temos os mordomos que cuidam de nós e nos suprem e alimentam. Além disso, há os pastores e mestres que nos apascentam e instruem. Todos que fomos salvos e vivemos a vida da igreja temos tido a experiência de estar sob o cuidado dos presbíteros e diáconos, que são nossos mordomos, pastores e mestres. Louvamos o Senhor por essas pessoas fiéis que cuidam de nós até crescermos. Os presbíteros e diáconos devem ver, em cada lugar, o que fazer para dar suprimento aos irmãos segundo sua necessidade. Esse é o viver da igreja, representado pela fuselagem do avião, que faz nossa vida crescer. Nesse ambiente temos irmãos de várias “faixas etárias espirituais”, como numa família. Há os recém-nascidos, isto é, os que creram no Senhor há pouco, e ainda estão gatinhando na fé. Esses requerem cuidado muito especial. Como bebês, precisam do leite da Palavra, precisam que irmãos mais velhos cuidem deles, os alimentem e os conduzam a clamar “Aba, Pai”, reconhecendo que nasceram de Deus e obtiveram a filiação. À medida que crescem, percebem que têm a vida divina, pela qual podem viver, e entram na “idade escolar”, quando os mestres podem instruí-los e ensiná-los na verdade das Escrituras a fim de que tenham base sólida na Palavra. Passado esse estágio, temos os “jovens”, ou seja, aqueles que já saíram do “ensino fundamental” e entraram no “ensino médio” do viver espiritual. Esses já têm certa maturidade e não apenas percebem que são filhos regenerados de Deus que clamam “Aba, Pai” e possuem certo conhecimento da Palavra, mas também se dão conta que têm uma natureza caída, o velho homem, o eu, a vida da alma, que precisa ser tratada e eliminada pelo trabalhar do Espírito Santo em seu espírito. Ao mesmo tempo, nessa fase, já não apenas são servidos, mas também começam a servir e desempenhar sua função no Corpo, sob a supervisão dos mais experientes. Os jovens são sempre cheios de energia e disposição, e podem ser muito úteis, se obtiverem orientação e espaço para agir. Muitos cristãos, chegando a esse ponto, já se dão por satisfeitos, mas ainda têm muito que crescer. O objetivo de Deus é levá-los a desenvolver mais a filiação, até chegar à realidade da filiação, e não apenas ao título de filho. No terceiro estágio, os filhos de Deus não apenas se dão conta que têm a filiação, mas também se interessam pelos “negócios” do Pai celestial e se entregam para cumprir a vontade divina. Não podemos estacionar. Devemos passar do estágio infantil descrito em Gálatas e avançar para Colossenses que desvenda o mistério de Deus que é Cristo. Desse modo, podemos ver que Cristo é tudo em todos e permitir que Ele tenha a primazia em nós. Também devemos avançar para Efésios, onde Paulo menciona os apóstolos, profetas, evangelistas e pastores e mestres que nos aperfeiçoam para a obra do ministério, para a edificação do Corpo de Cristo (4:11-12).
PONTO-CHAVE: Avançar!
PERGUNTA: Como podemos descrever nossa vida cristã?
segunda-feira, 16 de maio de 2016
O QUE EDIFICA O CORPO DE CRISTO
O QUE EDIFICA O CORPO DE CRISTO
No Corpo de Cristo cada cristão precisa ser um edificador e cooperar com o crescimento dos demais. Nesta matéria veremos como o apóstolo Paulo nos deixa o exemplo do que fazer. Quando escreveu à igreja em Colossos, ele tomou duas atitudes dignas de nota.Paulo deu graças a Deus pelos irmãos (Colossenses 1:3-5). Acaso eram eles perfeitos? Claro que não. Tinham falhas, rugas e manchas espirituais, mas Paulo, ao se dirigir a eles, fez questão de dar graças a Deus por cada um. Essa deveria ser nossa linguagem e saudação padrão na convivência com os irmãos na fé. Temos irmãos abatidos e acusados pelo inimigo de Deus pelos erros que cometem. Não podemos ter essa mesma postura. Um comportamento crítico, acusatório, derruba qualquer pessoa. Deixemos essa conduta para o inimigo; é ele que nos acusa de dia e de noite (Apocalipse 12:10).
Como nossos relacionamentos seriam edificantes se, em vez de falar das falhas, falássemos das virtudes! Todo irmão tem algo digno de apreço, um aspecto em que o Espírito Santo já o transformou e outros em que está em processo de transformação. Certa vez, um irmão disse a outro: "Gosto de ver você servindo o Senhor; saiba que Deus não é injusto, Ele está anotado tudo". Outro irmão disse: "Amado, quando participa das reuniões da igreja, você anima muitos irmãos a prosseguir". Gaste um tempo para listar os aspectos positivos que o Senhor já alcançou na vida de seus conservos e dê graças a Deus pelos que estão na mesma caminhada com você.
A segunda atitude de Paulo foi orar. No Corpo de Cristo não só pode existir crítica, como também esta deve ser substituída pela oração. Se um irmão não chegou à estatura espiritual adequada ou sua maturidade espiritual não corresponde a seus anos de vida cristã, não adianta criticar, falar de suas "vestes sujas". É exatamente aí que devemos orar. Veja o que Paulo fez pelos colossenses: "Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual; a fim de viverdes de modo digno do Senhor, para o seu inteiro agrado, frutificando em toda boa obra e crescendo no pleno conhecimento de Deus" (Colossenses 1:9-10).
A atitude que edifica o Corpo de Cristo é dar graças a Deus pela vida dos irmãos e orar para que atinjam o crescimento espiritual que Deus espera de cada um: "Senhor Jesus, damos-Te graças por nossos leitores, por tudo o que já alcançaste em suas vidas. Certamente hoje estão mais maduros que ontem. Também Pai, oramos para que eles tenham experiências profundas e mais ricas de Ti. Amém!".
domingo, 15 de maio de 2016
LIVRO - UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS
LIVRO – UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS
CAPÍTULO UM
LUTAR PARA CONQUISTAR A BENÇÃO NO
CASAMENTO
O
casamento é uma grande conquista na vida do ser humano. Essa conquista começa
com a escolha da pessoa com quem iremos nos casar, inclui o lugar onde iremos
morar e prossegue com a administração dos recursos que temos para viver a nova
vida a dois. Com a vinda dos filhos, outras conquistas serão necessárias, pois
a responsabilidade aumentará, as restrições crescerão, e um “novo terreno”
jamais explorado pelo casal deverá ser percorrido, de preferência até que a
morte os separe.
Como toda conquista, cada etapa do casamento oferece novos desafios,
obstáculos, lutas e incertezas. Mas, se o alvo é claro e definido, nosso
espírito é correto e nossa atitude é humilde e dependente de Deus, certamente
ultrapassaremos os obstáculos, conquistaremos vitórias, aprenderemos lições
preciosas um com o outro e com as circunstâncias, e cumpriremos a vontade de Deus em nossa união conjugal.
Um
dos grandes obstáculos para vencer cada etapa dessa conquista é a maneira como
encaramos cada situação que se apresenta na jornada a dois. Alguns, diante da
menor dificuldade, se desesperam e desistem. Outros buscam razão para desistir,
como se desde o início não quisessem casar-se. Mas há aqueles que, apesar das
dificuldades de relacionamento, amam o cônjuge, são perseverantes e possuem
coração aberto para aprender com o novo. Por serem confiantes no Senhor, creem
que Ele proverá graça ou livramento para cada situação em que se fizerem
necessários.
Usemos a história do povo de Israel como ilustração para a maneira de
encarar as situações que aparecem em nossa vida. Os israelitas tiveram o
desafio de entrar e conquistar a terra de Canaã que lhes fora prometida por
Deis no Antigo Testamento. Antes, porém, Moisés, servo de Deus, enviou um
representante de cada tribo (Nm 13:2), para espiar a terra que Deus lhes havia
prometido. Todos eles entraram na boa terra de Canaã e, depois de a terem visto
e explorado, reconheceram que a terra era muito boa, pois manava leite e mel.
Mas, com exceção de Calebe e Josué, dez espias infamaram a terra que haviam
espiado, dizendo que ela devorava seus moradores, que o povo que lá habitava
era mais forte do que eles e que havia gigantes. Ao ouvir um relatório tão
negativo, o povo levantou-se, gritou em voz alta, chorou toda a noite e murmurou
contra Moisés e Arão.
Muitos agem como esses espias; enfatizam só o que é negativo em seu
casamento, desesperam-se diante das dificuldades e reclamam de tudo, inclusive
de Deus, como se o casamento fosse um castigo e não uma benção. Baseados em
seus próprios sentimentos e conveniências e por não crer na promessa de Deus,
desistem de lutar e só pensam em voltar atrás.
A
atitude de Josué e Calebe, porém, foi diferente: eles creram no que Deus havia
prometido e, por esse motivo entraram, conquistaram e desfrutaram a benção
prometida por Deus (v. 30).
A
conquista da benção no casamento é assim. Encontraremos dificuldades em suas
diversas etapas, mas o que determinará se iremos superá-las ou não, se iremos
vencer ou não, se iremos cumprir a vontade de Deus ou não, será a atitude de
cada um diante dos obstáculos e desafios. Aprendamos com o exemplo dos que
creem na promessa de Deus e no poder de Sua presença com eles. Eles não
duvidaram, tampouco recuaram, mas perseveraram em seguir o Senhor e conquistaram
o que Deus lhes havia prometido (14:24; 32:12). Deus garantiu Sua benção ao
casamento, mas cabe a nós conquistá-la crendo em Sua promessa e confiando em
Sua presença.
CAPÍTULO DOIS
UM CASAL QUE COOPERA COM DEUS
No
evangelho de Mateus vemos a maravilhosa coordenação de um casal que foi muito
importante, não só para o nascimento do Senhor Jesus, mas também em Seu
crescimento e juventude, até Ele se tornar adulto e iniciar Seu ministério.
Esse casal é José e Maria. O registro de sua história e de seu envolvimento com
o nascimento e crescimento de Jesus apresentam princípios preciosos de como um
casal pode tornar-se muito útil nas mãos do Senhor.
Maria foi a quinta mulher mencionada na genealogia de Jesus no livro de
Mateus. Normalmente mulheres não eram registradas nem contadas nas genealogias
no Antigo Testamento, mas na genealogia de Jesus, além de ser incluída, Maria é
a única virgem pura dentre as cinco mencionada (Mt 1:23). Além disso, porque
achara graça diante de Deus, ela foi escolhida para cooperar com Ele em algo
muito especial: gerar Aquele que viria nos salvar.
Esse maravilhoso acontecimento, contudo, causou muitos transtornos para
a vida dos dois. Como ainda não era casada com José, apenas desposada, isto é,
noiva, estava exposta ao desprezo das pessoas e à rejeição de seu noivo que,
para não infamá-la, pensou em deixá-la secretamente. Por temerem a Deus,
todavia e estarem dispostos a fazer Sua vontade, ambos submeteram-se ao plano
estabelecido por Ele para suas vidas.
A
fim de esclarecer Sua vontade para os dois, Deus enviou o anjo Gabriel para
Nazaré a fim de anunciar a Maria o que iria acontecer (Lc 1:26-28), e, quanto a
José, as mesmas coisas lhes foram avisadas em sonho (Mt 1:20-24). Deus não é de
confusão. Ele deixa evidente Sua vontade para o casal.
Após receber a saudação do anjo, Maria perturbou-se e ficou sem entender
como isso aconteceria (Lc 1:29, 34), porém não duvidou; antes, dispôs-se a
cooperar com Deus dizendo: “Aqui está a serva do Senhor; que se cumpra em mim
conforme a tua palavra”. Que reação maravilhosa! Que humildade! Sua resposta
indica que, além de crer na palavra do anjo, ela se mostrou pronta a cooperar
com a vontade do Senhor. Que simplicidade e pureza! Maria era uma jovem
descomplicada, aberta e disposta a cooperar.
José, embora não estivesse diretamente ligado à concepção e nascimento
de Jesus, teve participação importantíssima no cumprimento das profecias
referentes ao Senhor. Ouviu o anjo, tomou Maria por esposa, foi para Belém
alistar-se e fugiu para o Egito (Mt 2:13-15). Por fim, também foi José quem
recebeu a orientação de ir morar em Nazaré, lugar desprezado, onde Jesus seria
chamado nazareno (vs. 19-23). Que arranjo e coordenação maravilhosa!
Isso tudo nos mostra que, como casal, precisamos um do outro para
cooperar com Deus e realizar Sua vontade. No casal,a mulher pode ter a vida que
gera Cristo, os dons, a pureza de servir o Senhor, mas ainda precisa da
cooperação e direção do marido. Ambos precisam ser simples e abertos para que
Deus tenha a liberdade de se mover por meio deles. Quando isso acontece, Cristo
é gerado, pessoas são salvas, o testemunho do Senhor é protegido, a palavra do
Senhor é cumprida e a vontade de Deus é feita. Aleluia!
CAPÍTULO TRÊS
A BOCA FALA DO QUE ESTÁ CHEIO O
CORAÇÃO
Pai e filho passeavam num bosque quando o pai perguntou:
- Além do cantar dos pássaros, você está
ouvindo mais alguma coisa?
O filho apurou os ouvidos alguns segundos e
respondeu:
- Parece que estou ouvindo um barulho de
carroça.
- Isso mesmo, e é uma carroça vazia...
- Como o senhor pode saber que a carroça está
vazia se ainda não a viu?
- Ora filho, é muito fácil: a gente sabe que
uma carroça está vazia por causa do barulho. Quanto mais vazia a carroça, mais
barulho faz!
Às vezes nosso relacionamento é assim: muito
barulhento! Muitas reclamações, murmurações, críticas, gritaria, palavras que
ofendem e machucam profundamente. Parece que não temos nada melhor a dizer! Por
que isso acontece? A Bíblia diz que a boca fala do que está cheio o coração (Lc
6:45). Damos o que temos! Existem palavras que, quando são ditas, matam
imediatamente qualquer sentimento positivo no coração de quem as ouve. Mas
existem também palavras que semeiam coisas agradáveis, transmitem esperança,
alegria, paz, conforto e amor. Quando percebemos que não temos nada de bom a
dizer ao cônjuge, é preferível permanecer em silêncio; porém, diante de Deus,
devemos abrir o coração, confessar-Lhe nossa situação vazia e arrepender-nos
dela.
Precisamos buscar desesperadamente ser cheios do que o Senhor é e tem,
cooperando com Ele, falando Suas palavras conforme a necessidade de quem ouve.
Não devemos falar ao cônjuge o que o inimigo de Deus põe em nossa mente ou em
nossa boca, mesmo que pareça devido, justo e oportuno. Não podemos esquecer que
o diabo tem grande poder e astuciosamente procura oportunidades para atacar
nosso casamento com o objetivo de matar, roubar e destruir (Jo 10:10ª)! Só o
Senhor veio para nos dar vida e vida em abundância (v. 10b). Ele nos criou para
Si e, como casal, para que cumpramos um propósito elevadíssimo: trazer Seu
reino à terra.
Amemos nosso cônjuge não somente de palavras oi de língua, mas de fato e
de verdade, pois ele é o nosso próximo. Alimentemo-lo com a Palavra de Deus (1
Jo 3:18), não o destruamos com as palavras do diabo; cooperemos com o Senhor e
não com Seu inimigo.
Que de nós saiam palavras boas, que alimentam espiritualmente, edificam
e transmitem graça (Ef 4:29). Lemos em Salmos 45:1: “De boas palavras
transborda o meu coração”, e em Provérbios 16:24: “Palavras agradáveis são como
favo de mel: doces para a alma e medicina para o corpo”. Que estejam “longe de
nós toda amargura, cólera, ira, gritaria e blasfêmia” (Ef 4:31).
Hoje, se você se achar falando o que não deve, intimidando ou tratando o
cônjuge com indelicadeza, prepotência, interrompendo-o quando fala e querendo
demonstrar que é você quem tem razão e a verdade absoluta, lembre-se daquele
pai dizendo:
- Quanto mais vazia a carroça, mais barulho
ela faz!
CAPÍTULO QUATRO
RELACIONAMENTO VIRTUAL VERSUS
REALIDADE
Hoje, em dia é muito comum se falar de relacionamento virtual. Isso até
se tornou assunto de revistas muito conhecidas pelo público em geral. A capa de
uma delas mostrou que oito entre dez brasileiros on-line frequentam sites
de relacionamento. O círculo de amigos reais diminui enquanto o de virtuais
aumenta. Esse tipo de comportamento revela que as pessoas estão tendo mais
dificuldades de se relacionar com o próximo e procuram aplacar a solidão com
relacionamentos via internet. Não é preciso ser um estudioso para saber que
isso não funciona.
A
interação pela internet sem dúvida se tornou indispensável no mundo
globalizado. No entanto esse relacionamento às vezes pode passar dos limites,
principalmente quando essas interações tomam lugar expressivo do tempo que
deveria ser usado para o relacionamento real e pessoal com o cônjuge e com a
família.
A
falta de comunicação entre o casal, ou a falha nessa comunicação, abre brechas
para que muitos busquem esse tipo de relacionamento virtual como fuga para suas
frustrações pessoais e emocionais da vida real cotidiana. Essas brechas, que
não são nada virtuais, acabam se tornando verdadeiros vícios e pesadelos, pois,
nessa fuga da realidade, as pessoas acabam se abrindo e expondo a vida pessoal
e íntima a outras que não conhecem.
O
próprio nome “virtual” indica que nem sempre o que está do outro lado é de fato
o que parece ser. Pode ser desde um gentleman
até um doido, desde alguém normal até um esquizofrênico. Isso para não dizer
que, ao buscar esse tipo de relacionamento, alguém pode estar tendo um caso com
o próprio demônio, disfarçado de amigo ou amiga virtual. Se Satanás é capaz de
se transformar num anjo de luz, do que mais ele não se disfarçaria (2 Co
11:14)?
Portanto, para evitar cair nessa armadilha do relacionamento virtual,
caro leitor, procure estar junto dos que lhe são próximos. Invista na qualidade
de tempo com a família. Converse sobre as vitórias e conquistas diárias, mas
também procure conhecer as frustrações que incomodam e abatem seu cônjuge.
Depois disso, separe um tempo para orar ao Senhor Jesus. Mantenha um
relacionamento pessoal com Ele, confessando-Lhe suas fraquezas e pecados,
expondo suas frustrações e, principalmente, abrindo-Lhe o coração para que Sua
vida divina cure e preencha todo o vazio interior. Tenha certeza de que, no
lugar de um pesadelo do mundo virtual, você ganhará um amigo real que é capaz
de socorrê-lo a qualquer momento (Hb 2:17-18; 4:14-16). Confie Nele! Jesus é o
próprio Deus que se tornou homem. Ele viveu aqui e enfrentou problemas reais
como todo ser humano. Passou pelas
piores experiências que um homem pode passar: desde traição e ser abandonado
pelos melhores amigos até ser julgado e condenado injustamente, sem falar de sofrimento
e morte. Após morrer e ressuscitar por nossa causa, Ele se tornou o Espírito da
realidade. Como tal, Ele deseja nos guiar a toda a realidade e nos livrar de
todo engano e mal (Jo 16:13; 17:15).
Ao
invocar o nome do Senhor você estará acessando Seu “site” que é bem simples.
Sua “conexão” é excelente, gratuita e pode ser feita em qualquer lugar; invoque
várias vezes: Ó Senhor Jesus! Abra a Bíblia e, com espírito de oração, leia
alguns versículos diariamente. Ele sempre tem algo a dizer-nos em Seus blogs. Também busque visitar parentes,
amigos, vizinhos ou outras pessoas com seu cônjuge para transmitir-lhes a vida
que recebeu do Senhor e de Sua Palavra. Com essas pessoas, marque reuniões nos
lares para falar sobre a Palavra do Senhor, orar, cantar hinos e cânticos
espirituais, ler livros espirituais e compartilhar suas experiências, quer
sejam de vitórias ou de derrotas. Orem uns pelos outros e cultivem esse
relacionamento. Vocês verão que a realidade é muito mais significativa e melhor
que o mundo virtual.
CAPÍTULO CINCO
QUAL VONTADE ESTÁ SENDO FEITA?
Depois de certo tempo juntos, marido e mulher começam, sem perceber, a
fazer valer sua própria vontade na vida conjugal. Isso pode acontecer quando, a
respeito de determinado assunto, surge alguma divergência entre o casal e, em
vez de conversar sobre a questão e orar diante de Deus a fim de buscar Sua
vontade, os dois se apressam em impor sua respectiva decisão e,
descuidadamente, abrem a porta para que outra vontade seja feita em sua casa: a
de Satanás, o inimigo de Deus. Gostaríamos que você parasse agora um minuto e
refletisse: afinal, a vontade de quem está prevalecendo em sua vida conjugal?
Discussões, brigas e até separações brotam de pequenos deslizes. O
inimigo de Deus, com toda sua astúcia, nunca desperdiça momentos em que marido
e mulher se sentem “cheios de razão”: em ocasiões assim, homem e mulher estão
vulneráveis a sua manipulação, e são enredados em enganos, reforçando seus
argumentos falsos e suas posições malignas. Não percebem que estão sendo
roubados no respeito mútuo, o amor e até no temor a Deus. Sim, porque o casal
aos poucos vai se afastando de sua utilidade no plano divino, pois vão se
desfazendo os vínculos, a comunhão, o testemunho. Por não conhecer os desígnios
do diabo, marido e esposa são levados a pensar que o cônjuge é um inimigo.
Manipulados pela força maligna que atua na alma humana, são induzidos pelo
diabo a desistir de seu casamento por causa de pequenas divergências ou de
mal-entendidos. Essa é a razão de o apóstolo Paulo ter falado sobre não
permitir que Satanás alcance vantagem sobre nós, e, sobre não ignorar seus
desígnios (2 Co 2:11).
Para alcançar vantagem sobre um casal cristão, o inimigo de Deus (e do
casamento) primeiramente instiga um dos dois a valorizar o próprio ego, seus pensamentos
e opiniões a respeito de algo. Conseguindo isso, ele vai levar cada um a se
afundar em seus arrazoamentos e a acirrar o orgulho próprio. O que ele ou ela
pensa ser sua própria vontade é, de fato, uma mescla da vontade humana com a
maligna. Uma vez presos em suas razões, tornam-se nulos para a vontade de Deus.
Pior ainda, o que antes era apenas um pequeno desentendimento dá lugar para que
as trevas predominem, com palavras e agressões verbais que jamais pensaram um
dia proferir e deixam marcas indeléveis no coração do outro. Como resultado, o
nome do Senhor, que devia ser glorificado por meio do casal, acaba sendo
desonrado.
Deus nos uniu para que Sua vontade prevaleça. Em Mateus 6:9-10, o Senhor
revela Sua vontade para Seus filhos: ter Seu nome santificado entre eles; ter
Seu reino na terra e Sal vontade feita, como é feita nos céus. Se os casais
cristãos praticassem isso, que bênção e paz reinariam em suas casas e que
impacto suas famílias causariam na sociedade! Eles seriam úteis nas mãos de Deus
para evangelizar os vizinhos e socorrê-los nos momentos difíceis! Se negarmos a
nós mesmos para que a vontade de Deus seja feita, nossa casa será uma pequena
embaixada do reino dos céus.
“Longe de vós, toda amargura, e cólera, e ira, e gritaria [...]. Antes,
sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos
outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Ef 4:31-32).
CAPÍTULO SEIS
ANDAR NA LUZ
Ao
descrever a criação, o primeiro capítulo da Bíblia registra que a terra estava
sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. Logo em seguida relata
as primeiras palavras de Deus e Sua reação depois disso: “Disse Deus: Haja luz;
e houve luz. E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as
trevas” (Gn 1:3-4). Caos e trevas sempre estão juntos e só produzem confusão,
ao passo que ordem e luz também estão relacionadas e geram vida.
A
Palavra de Deus sempre traz luz a qualquer situação, por pior que seja. Muitos
casais, antes de conhecer o Senhor Jesus e Sua Palavra, andavam em trevas e seu
casamento era um caos. Todavia um dia, provavelmente em meio a uma grande crise
conjugal, encontraram na Palavra de Deus a luz para os seus caminhos (Sl
119:105). Ao ouvir o falar de Deus, ganharam luz em suas vidas! Mesmo um
pequeno versículo da Bíblia foi suficiente para fazer separação entre o que era
de Deus e o que era das trevas. Assim ganharam a vida de Deus, nasceram d novo
e parecia que todas as virtudes necessárias para um casamento normal, como
paciência, respeito, mansidão, perdão, surgiram na “terra” de seus corações! As
trevas se foram; “houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1:4).
No
entanto o que poucos casais sabem é que, para um relacionamento conjugal
crescer de maneira saudável, florescer e produzir fruto, eles precisam de outro
tipo de luz, a do quarto dia, quando Deus criou os luzeiros: o sol, a lua e as
estrelas. Os luzeiros, criados no quarto dia, trouxeram uma luz definida, com
uma finalidade específica: seriam para sinais, estações e, por meio deles, os
dias e anos seriam determinados. Precisamos saber a hora de plantar e de
colher. Há tempo para perder as folhas, tempo para fortalecer as raízes, tempo
para florescer e tempo para frutificar. Nossa vida cristã precisa das estações.
Os dias determinam os novos começos. Cada
manhã as misericórdias de Deus são novas (Lm 3:22-23). Todos os dias podemos
ser renovados interiormente (2 Co 4:16) e ter o coração “afofado” pela voz do
Senhor (Hb 4:7). Já os anos são as experiências marcantes em nossa vida. Por
exemplo, crer no Senhor foi um grande novo começo. Outro ocorreu quando,
constrangidos pelo amor do Senhor, nos consagramos a Ele. Há muitos marcos na
vida do cristão, especialmente na vida de um casal que ama o Senhor e deseja
fazer Sua vontade.
Quando aplicamos a questão da luz à vida conjugal, podemos dizer que o
conhecimento da Palavra do Senhor em relação a nosso papel na vida conjugal
seria apenas a luz do primeiro dia. Por exemplo, o marido sabe que deve amar a
esposa como Cristo amou a igreja e Se entregou por ela. A esposa sabe que deve
se submeter ao marido. Mas, somente quando estamos no espírito, somos
iluminados e percebemos que, embora conheçamos muitos versículos da Bíblia,
falta-nos a realidade, a experiência. Podemos ser eloquentes pregadores, mas em
casa falta amor, perdão, isto é, a expressão de Deus. Quando estamos debaixo
dessa luz, não nos justificamos não criticamos e muito menos agredimos os
outros; como diz o salmista: “Na tua luz, vemos a luz” (Sl 36:9).
Oremos
ao Senhor: “Senhor Jesus, que Tua luz tão viva desvaneça as trevas do meu
interior. Livra-nos do mero conhecimento da letra. Preciso de Ti para ter a
experiência de Tua Palavra em minha casa, com minha família. Senhor, transforma
minha vida e leva-nos a crescer em Ti, a fim de frutificar para glória de Teu
nome”.
CAPÍTULO SETE
CASAR É SEPARAR-SE!
Você pode estar estranhando essa afirmação, contudo, quando nos casamos
precisamos separar-nos da vida de solteiro para que o casamento seja duradouro.
Quando éramos solteiros vivíamos para nós mesmos; não precisávamos diretamente
de outras pessoas para decidir o que fazer, mas quando decidimos nos casar
nossa vida mudou ou precisaria ter mudado em vários aspectos. Casar-se
significa unir ou ligar um elo ao outro; significa criar relacionamento e
interdependência, ou seja, nenhum dos cônjuges pode mais viver isoladamente ou
tomar decisões sem considerar a outra parte.
Um
dos grandes problemas na vida dos casados está no fato de não aceitarem a ideia
de que precisam “divorciar-se” da vida de solteiro. Portanto, nesse sentido,
casar é separar-se. Continuar vivendo a vida de solteiro depois de casado é
fonte de muitos transtornos conjugais. A altura do som da música que você quer
ouvir, a decisão de dormir com a janela aberta ou fechada, de abrir a casa para
os amigos dormirem no final de semana, da refeição que será servida, de que
horas vai sair ou chegar, tudo isso não pode ser determinado apenas por um dos
cônjuges, mas pelo casal. Muitos preferem divorciar-se do cônjuge a romper com a vida independente que possuíam antes do
casamento. Casar-se implica viver e tomar decisões isoladamente são coisas do
passado.
Além de reconhecer a importância da participação de nosso cônjuge no
viver matrimonial, também devemos reconhecer a necessidade de ter o Senhor
Jesus presente em todas as situações. Não é possível termos uma vida conjugal
sem reconhecê-Lo como a realidade e a fonte do casamento.
Se
Deus não for a realidade do casamento, este será apenas uma aparência, uma
união de muita amargura, ou a união de “casais perfeitos” que não brigam, não
reclamam um do outro, mas também não manifestam o prazer e a sensação gostosa
de que fizeram a excelente escolha de compartilharem a vida juntos.
O
amor fraternal entre um homem e uma mulher é como uma vela: tem começo e fim.
Se Deus não for a verdadeira fonte para abastecer o casamento com amor, em uma
hora que ninguém estiver esperando ele se esvaziará e o casamento terminará.
Muitos casais, quando buscam os motivos por que estão se separando, alegam que
o amor chegou ao fim. É verdade que o amor humano é limitado, mas o amor divino
nunca termina. Ele é perfeito, completo e dinâmico. O amor de Deus pode gerar
verdadeiros milagres no casamento. Com ele os cônjuges podem passar uma noite
inteira em lágrimas achando que tudo está acabado, mas pela manhã podem ter a
grata surpresa de ver surgir o sentimento de continuar juntos mais uma vez.
Todo casal, portanto, para ter uma vida
conjugal feliz deve separar-se de sua vida de solteiro, reconhecer o cônjuge e
amar o Senhor Jesus. Aquele que é a realidade e a fonte do casamento.
CAPÍTULO OITO
QUEM COMANDA SUA VIDA CONJUGAL?
Há
certas coisas que não conseguimos vencer no dia a dia. Embora pareçamos fortes
e capazes, sentimo-nos frustrados com respeito a certas fraquezas difíceis de
derrotar. Não estamos falando somente do que aborrece nosso cônjuge, mas do que
nós mesmos não suportamos em nosso caráter ou maneira de ser.
Vamos ilustrar com o relato de certa jovem esposa que perguntou a um
servo de Deus o que fazer para controlar seu mau temperamento em relação ao
esposo. Ela já havia recebido Jesus como Salvador, mas não conseguia ser salva
de seu temperamento explosivo. Tinha certeza de que Deus ouvia as orações dos
outros, mas não as suas! Sabia que a vida de Deus era poderosa, contudo não
entendia por que era sempre vencida por seu temperamento, mesmo quando estava
fora do período pré-menstrual, onde os hormônios levam a mulher à instabilidade
emocional.
O
servo de Deus lhe perguntou: “Quem é o Senhor de sua vida, você ou Deus? Quem
está no trono de sua vida? Nas mãos de quem está a autoridade de sua família?”.
Embora quisesse argumentar mais um pouco, ela finalmente admitiu: “Eu estou no
comando de minha vida”.
Essa situação é vivenciada por muitos casais. Quando assumimos o comando
de nossa vida, determinando o que queremos que o Senhor Jesus seja nosso
“auxiliador”, para que tudo aconteça exatamente como desejamos. O resultado
disso, como no caso acima, é frustração não só com respeito ao cônjuge e a si
mesmo, mas também em relação ao próprio Deus.
Se
queremos que o Senhor nos ajude a mudar nossa maneira de ser, se anelamos que
Sua poderosa vida anule nosso mau temperamento, precisamos nos perguntar: Quem
está no trono? Se deixarmos o Senhor assumir a autoridade sobre nossa vida, se
nos submetermos a Ele em oração, deixando-O agir como realmente Lhe agrada,
então cada inimigo será derrotado.
Para
que o Senhor assuma o trono de nossa vida conjugal, precisamos deixar de ser o
centro de todas as coisas, isto é, devemos negar a nós mesmos e tomar o caminho
que Ele escolher (Mt 16:24). Quando fazemos o que queremos, corremos o risco de
nos desviar. Se vivemos em torno de nós mesmos, sempre estamos insatisfeitos,
pois ninguém conseguirá nos satisfazer em todas as áreas e no padrão que
entendemos como ideal. Isso faz brotar um forte e persistente sentimento de
frustração, de insatisfação; a alegria desaparece, as reclamações se
intensificam.
Já
é tempo de parar de nos concentrarmos nos possíveis defeitos de nosso cônjuge e
buscar no Senhor a graça para conviver com suas peculiaridades. Olhemos para o
Senhor que está assentado no trono e faz novas todas as coisas (Ap 21:5)!
Que tal, em sua vida conjugal, investir mais no trono de Deus? Que tal
invocar mais Seu nome antes de abrir a boca para emitir opiniões ou murmurar?
Que tal estabelecer um tempo para oração e leitura da Bíblia com seu cônjuge
toda semana? Se der ao Senhor o comando de sua família e a Ele se submeter,
desfrutará Sua novidade. Creia; Ele é fiel!
“[Cristo] morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si
mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou” (2 Co 5:15).
CAPÍTULO NOVE
O PRINCÍPIO DA PRESENÇA DO SENHOR
JESUS
A
união entre homem e mulher foi estabelecida por Deus na Bíblia (Gn 2:18,
21-24). Mas, para que o casamento se mantenha saudável, são necessários alguns
princípios que encontramos em Sua Palavra.
O
Senhor Jesus, no Evangelho de João, ao dar início a Seus sinais, o fez numa
festa de casamento (2:11). Em Caná da Galileia havia duas pessoas dando
testemunho de sua união matrimonial. O que era comum em todo casamento, para
manter a alegria e a satisfação entre as pessoas, era o vinho, o qual não
poderia faltar. Depois de algum tempo, porém, alguém anunciou que faltava
vinho. Maria, mais que depressa, apresentou a situação ao Senhor Jesus,
dizendo-Lhe: “Eles não tem mais vinho” (v. 3b).
A
maioria dos casamentos, hoje, está “sem vinho”, isto é: sem alegria, satisfação
e, muito menos, amor. Na verdade, essas virtudes existem, mas, quando pautadas
somente na humanidade, no esforço próprio, são efêmeras e findam. A vida
humana, segundo seu ciclo normal, um dia chega ao fim. É isso que o capítulo 2
do Evangelho de João quer nos mostrar.
O
diferencial desse casamento é que havia ali um convidado especial – o Senhor
Jesus. Quando o fim do vinho chegou, Maria estava certa de que isso não
perduraria, pois o Autor da vida estava presente (At 3:15). Quando Jesus está
em nosso casamento, o que é efêmero passa e dá lugar ao que é eterno – o
próprio Jesus (1 Jo 5:11-12).
O
que aquelas pessoas, bem como os noivos, precisavam reconhecer é que, quando o
casamento não há interferência de Jesus, o fim é certeza e não casualidade. A presença de
Jesus naquele casamento trouxe o sabor da eternidade. A alegria, a satisfação e
o amor não seriam mais prejudicados pela morte.
Os
vestidos e os trajes dos cônjuges um dia envelhecerão; as fotografias perderão
seu brilho; os presentes se desfarão; mas, quando o amor humano está mesclado
ao divino, jamais acaba (1 Co 13:8ª). Quando nosso casamento é edificado sobre
uma base sólida, a prática da Palavra de Deus, temos a garantia de que
suportará toda intempérie.
Aqueles que conhecem bem o vinho, como foi o caso do mestre-sala após
prová-lo, poderão dizer: “Todos costumam pôr primeiro o bom vinho e, quando já
beberam fartamente, servem o inferior; tu, porém, guardaste o bom vinho até
agora” (Jo 2:10). Ou seja, o vinho que o Senhor Jesus serviu naquele casamento
conservou-se por muito mais tempo do que o primeiro.
Sendo
assim, amados leitores, um casamento sem a presença de Cristo não terá garantia
de sobreviver. Este é, na verdade, o princípio que necessitamos aplicar ao
nosso casamento – a presença do amável e gracioso Senhor Jesus.
Por isso, se seu casamento ainda não O tem, chame-O hoje mesmo. Chame seu
cônjuge para junto de você e digam juntos: “Ó Senhor Jesus! Vem viver em nosso
casamento. Não queremos esperar o “vinho” acabar para perceber que precisamos
de Ti. Antes queremos ter-Te como o princípio e a base que sustentam nossa
união. Amém!”.
CAPÍTULO DEZ
TRANSFORMAR A DERROTA EM VITÓRIA
No
jardim do Éden, Adão e Eva gozavam da presença de Deus, e Este se alegrava com
a presença deles. Deus supria todas as necessidades do casal que criara e ambos
estavam repletos de alegria, satisfação, segurança e paz.
Contudo, depois de expulsos do Éden, Adão e Eva perderam a presença de
Deus. Com isso, o sustento que antes
lhes era provido pelo Criador teria de ser obtido lavrando-se a terra. Eles
perderam, também, a alegria que tinham em Sua presença e, por fim, sentiram-se
desprotegidos e não conseguiam mais ter paz.
Ao
contrário de Caim e seus descendentes Jabal, Jubal e Tubalcaim, que resolveram
buscar a solução para essas necessidades por seus próprios meios, Adão e Eva e
seus descendentes decidiram buscar a Deus para suprir a necessidade de
sustento, alegria e proteção.
Apesar de terem ofendido a Deus no jardim do Éden, eles reconheceram que
não eram capazes de viver sem Ele e que tudo ao seu redor era vazio, sem
sentido, e nada poderia satisfazer-lhes plenamente. Quando lhes nasceu o neto
Enos, filho de Sete, os homens já percebiam sua condição de fragilidade, por
isso passaram a invocar o nome do Senhor
(Gn 4:26b). O nome Enos quer dizer fraco,
frágil, mortal e o nome do Senhor é Jeová,
O Eu Sou. Em outras palavras, é como
se declarassem: “Ó Senhor! Somos fracos , frágeis e mortais. Sem Ti não podemos
viver! Sem Ti nossa alegria é limitada, não nos satisfaz! Sem Ti não temos
proteção e não conseguimos sentir paz! Ó Senhor, precisamos de Ti, porque Tu
és! Por causa de nosso sustento, precisamos de Tua benção! Para ter alegria,
precisamos de Tua presença (Sl 16:11)! Para nos proteger e conseguir a paz,
precisamos de Ti!”. Essa também deve ser nossa percepção e atitude.
Embora Adão e Eva tenham fracassado no jardim do Éden, por meio do
arrependimento, algo positivo foi produzido: invocar o nome do Senhor. A partir
deles, muitos no Antigo Testamento tomaram para si essa prática.
Nisso vemos que Deus, muitas vezes, permite que falhemos para que a
partir de nosso fracasso nos arrependamos e tenhamos sucessivas experiências
vitoriosas. Embora Adão e Eva tenham sido o primeiro casal a falhar em cumprir
o comissionamento dado por Deus, foram também o primeiro casal a se arrepender
e ganhar outro ministério: o de invocar o nome do Senhor, no qual foram fiéis.
Não é raro ocorrerem fracassos no casamento. Quanto, porém, temos
reconhecido nossos erros e nos arrependido deles? Quanto temos aprendido com
eles? Quantas derrotas têm sido transformadas em vitórias? Que nossos erros
sejam acompanhadas por um genuíno arrependimento que será uma base sólida para
a melhora da qualidade de nosso relacionamento com o cônjuge e de nosso serviço
ao Senhor.
CAPÍTULO ONZE
AS CONDIÇÕES PARA PERMANECER CASADO
Se
fizermos uma retrospectiva para refletir acerca do casamento, concluiremos que
ele é o resultado do arranjo de Deus. Pois como é possível estarmos juntos hoje
tendo vindo de famílias e lugares tão diferentes? O amor aparece vencendo todas
as barreiras.
Mesmo com tanto amor, cresce mundialmente, cada dia, a taxa de divórcio.
Muitos casais estão mergulhados em crises. Os antigos aliados se tornaram
inimigos íntimos. A graça e a satisfação de estar juntos deram espaço ao peso e
à insatisfação. A certeza se transformou em dúvida.
Quais as condições para permanecer casados, e não somente casados, mas
felizes, de modo que, quando surgirem as dificuldades, consigamos superar?
Apresentaremos três caminhos. O primeiro deles é Deus o criador e o mantenedor
do casamento. Na verdade, não existe casamento sem Deus. Se Ele não os visitar
na “viração do dia” como fazia com Adão e Eva no Éden (Gn 3:8), nosso
casamento, cedo ou tarde, se tornará desinteressante, árido e sem vida. Não há
como negar que temos características irritantes, máculas profundas e defeitos
mil, e isso tudo pode gerar ofensas mútuas. Por isso precisamos de Deus para
dilatar o afeto em nosso coração, a fim de perdoar nosso cônjuge mais do que
sete vezes (Mt 18:21-22). Errar é próprio do ser humano; perdoar tantas vezes
quantas forem necessárias é divino.
O
segundo caminho é fazer manutenção constante. O conceito de muitos casais é que
não há muita coisa a fazer depois que se casam; acham que o casamento se ajusta
si mesmo. Geralmente ficam tão envolvidos com o cotidiano de suas vidas,
empenhados em trabalho, tarefas, obrigações, filhos e atividades, que acabam
esquecidos que seu casamento precisa de cuidado. Uma boa maneira de fazer a
constante manutenção no casament0 é criar pequenas pausas reflexivas na
presença de Deus: “Senhor, como está meu casamento? Está sendo útil a Ti? Tem
Tua expressão? Estou errando? Em que preciso melhorar? Estou cooperando para que
meu casamento cresça? Será que não estou muito crítico?”.
O
terceiro caminho é viver no espírito. O ser humano é composto de três partes:
corpo, alma e espírito. A alma é a sede da mente, emoção e vontade. Geralmente
usamos a mente para criar pensamentos, argumentar, defender-nos e acusar. A
emoção, nos a usamos para amar ou odiar. Nos momentos de indisposição com nosso
cônjuge, ela pode ir da ira ao ódio! E é assim que a mente e a emoção acabam
forjando a abertura para que a vontade se decida pela separação. Para cortar o
mal pela raiz, nossa mente, emoção e vontade naturais, isto é, não trabalhadas
por Deus, que são as faculdades da alma, devem ser negadas, postas de lado.
Precisamos decidir viver no espírito, onde há vida e paz, e negar a nós mesmos.
Experimentar o Senhor Jesus, que está em nosso espírito, é uma necessidade
urgente. Isso dará ao Senhor caminho para trabalhar em nós e infundir em nossa
mente a mente de Cristo, em nossa emoção, o sentimento de Cristo, e em nossa
vontade, a vontade maravilhosa de Deus.
Quem
está disposto a percorrer esses caminhos citados? Experimente-os e veja como
levam a um bom resultado.
CAPÍTULO DOZE
A VIDA COMUM DO LAR
O
apóstolo Pedro, que também era casado, disse com bastante propriedade em sua
primeira epístola o seguinte: “Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do
lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como
parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros
da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações (1 Pe
3:7).
A
Bíblia é um livro maravilhoso e pode ser resumida em três palavras – história,
experiência e esperança. Tanto o Antigo Testamento como o Novo seguem esse
princípio. Os livros históricos descrevem a história de Deus com os homens; os poéticos
apresentam as experiências dos homens com Deus; os proféticos apontam a
esperança gerada nos homens que tiveram uma história e experiências com Deus. A
epístola de Pedro está na seção da experiência. Ele se baseou em sua vivência,
quando disse aos maridos que vivessem a vida comum do lar.
Que é viver a vida comum do lar? Na sociedade moderna, muitas mulheres,
além de cuidar dos filhos e da casa, trabalham fora, estudam e, quando chegam à
casa, ainda têm energia para ajustar detalhes domésticos e conferir as tarefas
dos filhos. A “princesa da noite” foi uma “gata borralheira” ao longo do dia. O
marido, na maioria das vezes, encontra tudo pronto para tão somente desfrutar.
Nesse aspecto, ele precisa ter muita consideração pela esposa. Quando Pedro
falou sobre a vida comum do lar, referia-se a questões práticas, como: lavar louça,
jogar o lixo fora, organizar os objetos pessoais, ajudar com as crianças e
dizer muitas vezes: “Obrigado querida”. Esses atos são um encorajamento que
toda mulher precisa para continuar cumprindo com alegria e destreza sua
comissão na vida familiar.
Um
marido cordial cultiva o amor, o respeito e a admiração da esposa. E, com
certeza, colherá frutos do que está cultivando. Dizer: “Por favor”, “Como você
está linda!”, “Como foi seu dia?”, “A comida está saborosa”, “Você é um
presente de Deus a mim” faz com que a esposa se sinta amada, reconhecida,
digna, valorizada em suas atividades e esforço para continuar suprindo a
necessidade do lar sem enfado.
Esse tipo de conduta melhora a convivência do casal e faz com que as
orações não se interrompam. Quando há reconhecimento do papel da mulher, ela se
torna mais feliz e espontaneamente se dispõe a guardar seu marido em oração.
Ele também se sentirá estimulado a orar e buscá-la para juntos terem comunhão
com Deus.
Um
relacionamento assim cooperará para que ambos sejam herdeiros da mesma graça de
vida, pois não pretendemos reinar sem o cônjuge. Sejamos maridos que alimentam
a esposa com a Palavra de Deus, para seu crescimento espiritual. Pedro disse que
a mulher é o vaso mais frágil, isso implica que o marido também é frágil. Quem
nunca experimentou os aconchegantes ombros da esposa depois de um dia difícil?
Ser acolhido pelos seus braços é acalentador e recompensador. Cultivemos nosso
relacionamento, pois precisamos um do outro!
CAPÍTULO TREZE
LER E PRATICAR A PALAVRA DE DEUS
Uma das grandes dificuldades da maioria dos casais cristãos é não dar a
devida atenção à Palavra de Deus. Programas de TV, leitura de jornais,
revistas, livros, internet e outras coisas ocupam grande parte de sua rotina e
tempo livre, mas leitura da Bíblia e de livros espirituais sempre fica em
segundo plano. Por não ter tempo para as coisas espirituais, enfraquecemos e
ficamos sem forças para lutar e mudar. O salmista disse: “A minha alma, de
tristeza, verte lágrimas; fortalece-me segundo a tua palavra” (Sl 119:28). De
fato, tudo o que o mundo tem a oferecer para nossa alma é tristeza e lágrimas.
Somente o falar do Senhor pode nos fortalecer.
Outra dificuldade recai sobre os que leem e até ouvem a Palavra de Deus
com apreço, mas não conseguem aplicá-la no viver diário. Não conseguem
reconhecer o Senhor no caminho e não percebem as inúmeras oportunidades que
surgem para confirmar a palavra ouvida ou lida. Tornam-se como os judeus que
liam as Escrituras e as examinavam sem conseguir reconhecer Jesus como o Filho
de Deus andando e falando com eles (Jo 5:39-43). Muitos também não percebem
Deus agindo ou falando por meio do cônjuge. As situações e os cônjuges são como
espelho para ver o que há de errado em nós, o que nos está atrapalhando crescer
espiritualmente e fazer a vontade de Deus.
Uma terceira dificuldade é
praticar o que Deus nos mostra em Sua Palavra. Nesse caso, há cristãos que, ao
ouvir uma boa pregação, são tocados por Deus; percebem que precisam mudar,
enxergam seus erros, mas parece que lhes falta algo. Para eles, o que falta é
buscar a presença de Deus em cada situação, colocar-se diante de Dele em
oração, principalmente pela manhã, e deixá-Lo iluminar cada parte de seu ser
(Sl 143:8). Quanto mais exercitarem isso, mais sensíveis serão ao Senhor. Na
verdade, quando Deus nos mostra algo, não é para nos desesperarmos, mas para
simplesmente irmos à Sua presença. Vejam só a atitude do salmista: “Ao meu
coração me ocorre: Buscai a minha presença; buscarei, pois, Senhor, a tua
presença” (27:8). Esse é o segredo. Muitos só buscam a Deus porque querem
resolver seus problemas, mas o que Deus mais quer é que estejamos em Sua
presença, e é disso que sentimos falta muitas vezes.
Quando alguém vai ao médico, por exemplo, e ouve um diagnóstico, precisa
esperar mais um tempo ara ouvir qual será o tratamento. Infelizmente muitos
filhos de Deus ouvem a Palavra do Senhor, recebem o diagnóstico, compreendem a
gravidade da situação, mas não permanecem diante do Senhor, invocando Seu nome.
Por não permanecer na presença de Deus para ouvir Dele o que deve ser feito,
que atitude deve ser tomada, com quem devem conversar ou talvez o que deve ser
evitado, procuram resolver sozinhos seus problemas. Por isso têm conflitos e se
frustram. O que Deus espera é que, ao ouvir Seu diagnóstico, mediante Sua
Palavra, creiamos Nele, esperemos Nele e sejamos obedientes em praticar de
acordo com Suas prescrições e não segundo o que achamos que deve ser feito.
“Ah!
Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos!” (Sl 81:13).
CAPÍTULO CATORZE
NA TEMPESTADE
Na
primeira competição de rally
Paris_Dakar, em 1979, dos 170 participantes que saíram de Paris, apenas 69
conseguiram chegar a Dakar. Das diversas séries dessa competição que se repete
anualmente, algumas orientações se tornaram fundamentais, tais como: verificar
se o combustível é suficiente para o próximo trecho; racionar água, pois em
situação de acidente não se obtém socorro imediato; e aprender a orientar-se
para não se perder no mundo de areia do deserto. Isso na verdade aconteceu com
o piloto que deu origem a esse rally.
Ele havia se perdido depois de uma tempestade de areia, ficou sem combustível
em sua moto e, não fosse o socorro de uma pequena aeronave que o encontrou no
deserto, após três dias de busca, no limite da desidratação, teria morrido ali
mesmo.
Dessa competição e da experiência desse piloto, podemos tirar algumas
lições para a vida conjugal. Como está seu casamento? Vocês estão perdidos em
alguma “tempestade de areia”? Que orientação vocês têm recebido? Vocês
consultam o “mapa” constantemente? E o “combustível”, é suficiente? O amor “secou”?
Podemos dizer que o casamento é uma longa jornada para a qual precisamos
da “água viva” do Espírito (Jo 7:38), do “combustível” da fé (Rm 10:17; 2 Co
5:7; 1 Tm 1:19) e da “orientação” da Palavra de Deus (Sl 119:105). Quase como
um rally, onde as “estradas” nem sempre
são planas e asfaltadas, o viver de um casal encontra muitos “buracos”, “tempestades
de areia” e “acidentes inesperados”, por isso, não são poucos os que desistem.
Por desconhecer os princípios da Palavra e por não estar “hidratados” com o
Espírito, “secam” no “deserto” do mundo e param espiritualmente por fala de fé.
Certa vez, os discípulos do Senhor Jesus foram compelidos por Ele a
embarcar e passar para o outro lado do mar da Galileia, e partiram. Enquanto avançavam
em sua jornada, o Senhor subiu ao monte a fim de orar. Quando o barco já estava
longe da terra, foi açoitado pelas ondas. Além disso, o vento lhes era
contrário (Mt 14:22-24). Ser açoitado pelas ondas é o mesmo que ser castigado
por situações inesperadas sucessivas como: perda de emprego, estado de saúde,
problema com os filhos, acidente, doença de um parente próximo, Além disso, o
vento lhes era contrário e, como na tempestade de areia citada acima, tudo
concorria para que parassem no meio do caminho. Eles estavam tão desesperados
que, mesmo quando o Senhor apareceu para socorrê-los, pensaram que fosse um
fantasma. O apóstolo Pedro, um pouco mais ousado que os outros, até arriscou: “Se
és tu Senhor, manda-me ir ter contigo, por sobre as águas” (v. 28). O Senhor o
chamou e, descendo do barco, Pedro andou em direção a Ele. Infelizmente isso
não durou muito, pois “reparando na força do vento, teve medo; e começando a
submergir, gritou: Salva-me, Senhor!” (vs. 29-30). Jesus, então, prontamente o
socorreu, estendendo a mão, tomou-o e disse: “Homem de pequena fé, por que
duvidaste?” (v. 31). Por fim subiram ambos para o barco, cessou o vento e os
que estavam no barco O adoraram.
Se
seu casamento se encontra assim, não se desespere, pois, enquanto estiver
passando pelo rally da vida conjugal
ou sendo “açoitado pelas ondas”, lembre-se de que o Senhor está “monitorando”
sua vida, intercedendo por você nos céus (Rm 8:34). Ele sabe até quando você
resistirá e é poderoso para salvar completamente os que por Ele se chegam a
Deus (Hb 7:25). Todavia, enquanto esperam o socorro, precisam exercitar a fé,
crendo na Palavra e não em homens, circunstâncias ou pensamentos. Também gritem
por socorro: “Ó Senhor Jesus, salva-nos!”, permitam que o Senhor os leve para o
“barco”, para a vida normal da igreja, e ali, com Ele e com os irmãos, vocês
experimentarão paz, adorarão o Senhor e conseguirão chegar juntos até o
destino.
Como é bom ouvir de Sua boca as palavras: “Tende bom ânimo! Sou eu. Não
temais!” (Mt 14:27).
CAPÍTULO QUINZE
ELES NÃO PODEM CONCEBER
Isaque e Rebeca se amavam e ansiavam por filhos. E certamente sofreram
muito quando perceberam que não podiam tê-los, pois Rebeca era estéril. A
esterilidade até hoje causa muitas feridas emocionais nas mulheres e homens que
têm essa dificuldade.
Nos tempos antigos, no oriente médio, isso não era apenas doloroso e
vexatório como também era visto como a ausência da benção de Deus (Gn 29:31;
30:1; Dt 7:14). Abraão e Jacó, à semelhança de Isaque, tinham esposas estéreis,
mas, como Isaque, eles oraram e suas esposas conceberam.
Deus é soberano e sabe de todas as coisas. É evidente que há ainda
muitos desses casos de esterilidade entre os filhos de Deus, e muitos buscam
ajuda médica. Alguns têm sucesso no tratamento, outros não. Ainda assim,
precisamos confiar e descansar na vontade de Deus, que governa todas as coisas
e conhece o que é melhor para Seus filhos.
A esterilidade
espiritual é um assunto muito sério. Às vezes ouvimos o marido dizer: “Ela não
consegue me pedir perdão, e nunca reconhece seus erros”. Também ouvimos a
mulher dizer do marido: “Ele não me dá atenção, é rude, sem afeto e nunca diz
que me ama”. Nesse ponto, não adianta cobrar u=ou exigir o que queremos, manipular,
gritar ou lutar para obter o que precisamos. Aceitemos o fato: os dois ou um de
nós é estéril. Não consegue “gerar” a atitude esperada pelo cônjuge.
Numa situação assim só resta orar. A oração sempre é o primeiro e o
último recurso, e deve ser feita ao reconhecer que não temos mais força, que
não há o que fazer. Deus permite muitas vezes que cheguemos ao fundo do poço da
vida conjugal para revelar nossa limitação, e somente quando nos voltamos a Ele
em oração é ocorrerem mudanças.
Não podemos exigir o que o outro não pode dar. Muitas brigas e frustrações
entre casais dão-se por imaginar que o cônjuge está negando algo que lhe é
devido. Talvez ele não tenha o que você pensa
que ele tem. Pare de se esforçar, de exigir; é momento para orar. Ore
por ele. Esse é o começo da cura.
Quando oramos, Deus responde. Ele gosta de operar milagres. Ele disse
para Abraão cuja esposa era estéril: “Acaso para o Senhor há coisa
demasiadamente difícil? Daqui a um ano, neste mesmo tempo, voltarei a ti, e
Sara terá um filho” (Gn 18:14). Muito do que exigimos de nosso cônjuge é
difícil de ser obtido. Apenas Deus pode fazer com que o cônjuge estéril
conceba. Nosso Deus é o Deus dos impossíveis.
Quando Isaque orou, Deus ouviu e, Rebeca concebeu. Rebeca tinha o problema,
mas Deus tinha a solução, que só pôde ser liberada pela oração de Isaque.
Rebeca gerou depois de vinte anos de casamento e Sara quase cem anos de idade!
Isso nos permite perguntar: por quanto tempo vamos manter nossa esterilidade
espiritual? A resposta depende de cada um de nós. Nossa atitude vai determinar
todas as coisas. Você pode até tentar, mas seu cônjuge não vai “conceber” nada.
Ele só vai conceber quando você orar.
Que você está esperando? Comece a orar e os frutos virão!
CAPÍTULO DEZESSEIS
AS FASES DO CASAMENTO
Muitos
julgam o casamento uma instituição falida. Esta opinião está difundida em todas
as esferas da sociedade. Desde cedo, nossas crianças e jovens são orientados,
pelos meios de comunicação, que o casamento não deve durar a vida toda, pois
cada um só pode dar o que tem. Seria como uma laranja, que, depois de extraído
todo o sumo, joga-se fora o bagaço. Muitos veem o casamento dessa forma; acham
que, depois de um tempo, ele já não tem o que acrescentar e deve ser
descartado.
O
compromisso dos casais que se unem em matrimônio deveria ser o de manter o
casamento por toda a vida. Poucos querem pagar o preço para continuar casados
dentro de um ambiente de dificuldades. Ao contrário de “jogar tudo para cima” e
abandonar o relacionamento, os cônjuges deveriam buscar um caminho para mudar a
situação. Os que se casam e cultivam a ideia de que permanecerão casados
somente enquanto os dias do casamento forem dourados estão, sem saber, abrindo
uma porta de emergência para escapar na hora da pane. Se acolhemos o pensamento
de permanecer casados apenas enquanto pairar a esfera de “lua-de-mel”, isso significa
que nos envolvemos com o cônjuge já com predisposição para separação. O mais
triste é que, prevalecendo esse conceito, realmente vai haver separação, pois
um relacionamento, por mais brilhante e estruturado que seja, cedo ou tarde,
apresentará suas complicações.
O
casamento pode ser comparado às fases da lua: há momentos cheios, crescentes e
minguantes. Nos momentos plenos, em que tudo está bem, devemos agradecer a Deus
por tê-los proporcionado. Na fase minguante, marcada por desentendimento, crise
financeira, mal-entendidos e decepções, aproveitemos para extrair lições e agradecer
a Deus por nos dar circunstâncias que revelam o nosso caráter: impuro, lascivo,
vaidoso, esbanjador, ciumento, iracundo e sem misericórdia. Se observarmos com
cuidado a origem de nossos problemas conjugais, descobriremos que eles têm como
causa algum desses elementos negativos que ainda reinam em nosso ser. Sabendo
disso, procuraremos de maneira específica o tratamento.
A
fase minguante deve ser o momento para orar mais, esperar e perseverar, não
para provar quem está certo e quem está errado. O que fazem os casais quando os
filhos não são obedientes o suficiente? Desistem ou investem como nunca na
esperança de que voltem à normalidade? Se nossa postura é sempre positiva com
relação aos filhos, por que somos tão radicais com relação às dificuldades que
enfrentaremos no casamento? Por que permitir que pensamentos de separação se
desenvolvem dentro de nós? Não devemos invocar ou clamar àquele que instituiu o
casamento e apresentar-Lhe os problemas (Sl 130:1-6)?
Em
momentos delicados da vida conjugal não pode haver juízes, e sim, médicos; não
pode haver promotores, e sim advogados de defesa. Cada um deve reconhecer suas
próprias faltas, pedir perdão e perdoar as deficiências do cônjuge. Se em vez
de procurar o culpado no casamento procuramos o Senhor Jesus, certamente Ele
vai dar uma virada em nossa situação e permitir que a “lua cheia” da vida
conjugal volte novamente a brilhar.
“Não
vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas. Eis que faço
coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis? Eis que porei
um caminho no deserto e rios, no ermo” (Is 43:18-19).
Assinar:
Postagens (Atom)